Trair na web é quase irresistível, revela estudo

SÃO PAULO - Sexo pela internet está se transformando em um problema sério para homens e mulheres casados nos Estados Unidos. É o que mostra um estudo comandado pela Universidade da Flórida.

Muitas pessoas casadas têm preferido se divertir em encontros românticos em salas de chat - como os populares Married and Flirting (Casado e Flertando), do Yahoo!, ou o quase homônimo Married but Flirting, do MSN - para encontrar o que elas "acreditam que não estão recebendo do parceiro oficial", diz o estudo.

"Nunca antes ter um encontro havia sido tão acessível para homens e mulheres com vontade de pular a cerca", acredita a autora, Beatriz Avila Mileham. "Com o sexo virtual, não existe mais a necessidade de marcar encontros secretos em motéis, você pode trair com seu parceiro dormindo no mesmo cômodo".

O estudo (na verdade, o doutorado de Beatriz), teve a participação de 76 homens e 10 mulheres, com idades entre 25 e 66 anos, que acessavam as salas de encontros do MSN e do Yahoo!. Segundo a Universidade da Flórida, responderam ao questionário donas-de-casa com filhos, empregados da construção civil, engenheiros, enfermeiros e empresários de 50 estados americanos. Alguns entram na web apenas para fazer sexo virtual com outra pessoa, enquanto outros procuram os chats para ter com quem desabafar a falta de amor ou de atenção do relacionamento na vida real. Há também aqueles que podem encontrar qualquer um pela frente apenas para realizar uma fantasia sexual. O curioso é que a grande maioria dos entrevistados afirmou amar sua cara-metade.

Por que, então, traem na web? Porque estão entediados com o casamento e porque na web tudo é mais fácil. Um homem de 41 anos disse: "É só ligar o computador e eu tenho milhares de mulheres à minha escolha. Não há nada mais fácil que isso".

"A internet se tornará o principal meio para a prática da infidelidade - se já não o for", prevê Beatriz. "Principalmente porque, para terminar um relacionamento extra-conjugal, normalmente bastam alguns cliques no mouse, sem maiores explicações".

O perigo maior vem justamente pela falta de contato físico: 83% dos entrevistados acreditam não estar traindo seus parceiros ao fazer sexo virtual, enquanto 17% consideram a prática como "uma traição de leve". Não é assim que pensam os traídos: a dor e a raiva podem vir na mesma intensidade de uma traição no mundo real.

Mesmo porque os casos virtuais "pulam" para o mundo real em 26% dos casos. Um homem de 66 anos chegou a ter 13 relacionamentos extra-conjugais desta forma, diz Beatriz. E a falta de honestidade, diz o estudo, é a mesma nos dois mundos: apenas dois dos entrevistados disseram que suas esposas sabiam que eles "namoravam" na internet para espantar o tédio.

Para Beatriz, a web será incluída nos discussões pré-nupciais assim como a decisão de ter filhos: "Para evitar problemas futuros, os jovens casais deverão definir, desde o início, o papel da internet em seus relacionamentos", acredita.

Renata Mesquita, do Plantão INFO

 

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