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Argentina
inaugura produção de tecidos humanos
A primeira produção de tecidos humanos para uso médico da América
Latina começou a funcionar na cidade argentina de Córdoba. De acordo com
o jornal La Nación, a produção está instalada no laboratório
de hemoderivados da Universidade Nacional de Córdoba, a mais antiga da
Argentina, e permitirá aos argentinos dispor de tecidos "sob
medida" a um custo muito inferior aos importados e com garantia de
qualidade.
Em uma primeira fase, a produção se concentrará em processar,
armazenar, distribuir e controlar a qualidade de produtos ósseos,
destinados ao tratamento de patologias traumatológicas e odontológicas,
mas nas seguintes ampliará seu campo de ação. A produção, na qual
foram invertidos 750 mil pesos (US$ 258,6 mil) produzirá osso moído,
desidratado e esterilizado para preencher cavidades, ou peças moldadas,
como cabeças de fêmur, cilindros, tábuas, parafusos e tarugos,
adaptadas a cada caso.
No próximo ano, em uma segunda etapa, processará córneas, pele, válvulas
cardíacas, membranas de pericárdio e membranas amnióticas. Os líquidos
para a lavagem e a conservação dos tecidos também serão elaborados no
local. Até agora o paciente ou o médico que precisava de um determinado
tecido para uma cirurgia devia buscá-lo nos bancos de tecidos do país
com o risco de não encontrá-lo, não poder adequá-lo a suas
necessidades específicas ou ter de conformar-se com um produto de
qualidade inferior.
A outra opção era importá-lo, com prévia autorização das autoridades
sanitárias, o que tem um custo três vezes superior aos tecidos que
proverá essa nova produção. "A inauguração deste fabrico é uma
resposta social, do âmbito universitário, a tantos pacientes que
precisam melhorar sua qualidade de vida e a tantos médicos que demandam
produtos de qualidade e devem buscá-los no exterior", declarou o
diretor do Laboratório de Hemoderivados, Daniel Giacomino. "Nossa
premissa de trabalho é que o Estado é o ator principal na construção
de um novo modelo médico, e nós como parte da universidade pública
tentamos trabalhar nesse sentido", acrescentou.
EFE
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