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Senador
chileno propõe cultivo caseiro de maconha
O senador chileno Nelson Avila apresentou ontem um
projeto de lei que propõe a legalização do cultivo
caseiro da maconha, cujo objetivo seria acabar com as
redes de tráfico da droga. "Legalizar o cultivo
para o uso ou consumo pessoal permitirá aos usuários
se abastecerem sem ter de depender dos
narcotraficantes", defendeu Avila em uma entrevista
coletiva, à qual chegou carregando um vaso com uma
pequena planta de cannabis sativa.
Avila, que se afastou do social-democrata Partido
Pela Democracia (PPD) e, por conseguinte, da coalizão
que governa o Chile desde 1990, afirmou que o atual
sistema legal não combate o tráfico e a venda de
entorpercentes, mas o incentiva. O parlamentar, que
lidera um novo partido chamado "Chile ve",
afirmou que no país há cerca de meio milhão de
consumidores de maconha, os quais poderiam cultivar a
planta em suas próprias casas, mas que, devido à
legislação, devem negociar com narcotraficantes, com o
perigo que isso traz.
"A atual legislação outorga um mercado cativo
aos traficantes", afirmou Avila, acrescentando que
legalizar o cultivo da maconha permitirá aos
consumidores se tornarem independentes e disporem de
produtos não adulterados.
O senador explicou que a maconha que é vendida no
Chile é misturada com solventes, para que os
traficantes possam prensá-la e trasportá-la de maneira
mais cômoda. Avila, depois de reconhecer que será difícil
a iniciativa prosperar, garantiu que existem muitos políticos,
parlamentares e autoridades que reconhecem que a idéia
é boa, mas que não estão dispostos a sair em público
para apoiá-la.
O senador do partido Renovação Nacional Alberto
Espina qualificou o projeto de lei de Avila como tática
de autopromoção e sem relevância, ao passo que seu
colega do partido ultraconservador União Democrata
Independente Jaime Orpis disse que a proposta de Avila
foi a coisa mais grotesca que ouviu nos últimos tempos.
EFE
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