Mãe de jovem que quis se juntar às Farc culpa Web

Em sua primeira noite de volta ao Rio, depois dos sete dias de tentativa frustrada de se juntar a guerrilheiros colombianos na selva, o adolescente A.D. quis dormir na cama dos pais. Além da proteção da família, o menino de 14 anos está recebendo assistência de uma psicóloga - que atende a família desde que a residência em que vivem foi assaltada, ano passado, na Ilha do Governador.

A mãe, Catarina de Souza Paccagnella, acredita que o computador - que não ficava no quarto do filho e também era usado pelos pais - pode ter sido o pivô da fuga. Ela, no entanto, não acredita na hipótese de o filho ter sido orientado, via Internet, por alguém ligado às Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc). A., após deixar um bilhete para a família, dia 23, justificando a empreitada, partiu na intenção de juntar-se aos guerrilheiros.

"A Internet pode ser uma arma. É um perigo dentro de casa. O acesso não pode ser impedido, mas alguma barreira tem que ser criada. O meu filho sabia de tudo porque tinha feito uma pesquisa sobre as Farc para a escola e foi à Biblioteca Nacional para copiar o mapa daquela região (San Pablo, na Colômbia). Mesmo assim, as conversas no computador têm que ser investigadas", disse.

A mãe de A. D. disse que ele estava arredio quando se encontraram em Manaus, no sábado à tarde, porque o "sonho dele havia terminado". Conforme ela, o filho ficou decepcionado com as Farc depois de conversar com a Polícia Federal e ouvir detalhes sobre as operações do movimento guerrilheiro.

"Ele agora classifica o grupo como de direita. Não acredito que A. tenha feito isso exatamente por uma ideologia mas por convicção. Depois daquele assalto, ele ficou muito abalado e dizia que era melhor agir do que morrer nas mãos dos bandidos", justificou.

Para localizar o estudante - encontrado na madrugada de sábado, em Manaus, dentro de uma embarcação - foi montada uma operação de resgate, com mobilização de aeroportos e rodoviárias. Foram acionados a Polícia Federal, o setor de inteligência da Polícia Civil e o programa SOS Crianças Desaparecidas da Fundação para Infância e Adolescência. O superintendente da PF na Amazônia, Mauro Spósito, entrou em contato com a Capitania dos Portos, orientando-a a interceptar embarcações.

 JB Online

 

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