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Fértil imaginação ou clara
intuição?
Por: Maria Guida - maria_guida@uol.com.br
Uma das situações
mais comuns entre aqueles que começam a se desenvolver como sensitivos é a dúvida
sobre a veracidade e legitimidade das informações que recebem pelos canais
extrasensoriais.
É muito comum que ouçam, daqueles com quem compartilham suas experiências,
que tudo o que viram, ouviram ou intuíram, não passa de imaginação.
À força de tanto refletir sobre o assunto, já que fui sempre considerada pela
família, professores e amigos, uma criança de imaginação muito fértil,
percebi que aquilo que todos chamam de imaginação, não passa de intuição,
ou seja, a primeira e mais reconhecida expressão da atividade extrasensorial.
Basta que a gente reflita um pouco sobre o grande número de escritores,
artistas plásticos, músicos e pintores que retratam realidades estranhas,
nunca vistas ou experimentadas pela maioria dos humanos.
O que dizer sobre a obra de Julio Verne, e de outros autores de ficção? Ou dos
feitos assustadores da ciência previstos pelos muitos visionários e loucos que
deram o primeiro passo para realizá-las? De Galileu a Thomas Edson, quantos não
acessaram dimensões desconhecidas voltando com fragmentos de conceitos
importantes para a nossa evolução?
Como explicar a sincronicidade das pesquisas isoladas que levaram muitos
inventores a chegar a resultados idênticos em diferentes pontos da terra numa
época em que nosso planeta ainda não havia se transformado numa aldeia global?
O que chamamos de imaginação é a capacidade que todo ser humano tem de
acessar diferentes dimensões do Universo, e delas absorver conceitos que podem
ser utilizados aqui e agora, nesse nicho de espaço-tempo onde decidimos nos
instalar e operar.
Há quem diga que, se o dom de acessar as outras dimensões fosse real, os
relatos da maioria dos sensitivos coincidiria, e seria possível realizar
experimentos científicos que provassem de maneira irrefutável, que tanto as
outras dimensões quanto as visitas dos seres humanos a elas são fatos reais.
Apesar de não ser de conhecimento público e corrente, experiências tem sido
realizadas por muito sensitivos, com bastante seriedade e critério. Mas,
seriedade e critério, no mundo espiritual, têm significado bem diferente do de
quantificar e classificar alguma coisa. Por incrível que pareça, o contato com
outras dimensões é regido pelas mesmas leis que regulam o contato físico.
Ele se estabelece a partir de simples identificação vibracional. O mesmo
motivo que leva você a gostar de uma pessoa e não simpatizar com outra, faz
com que você acesse uma dimensão ao invés de outra.
Os conceitos que cada um absorve e as conexões que estabelece a respeito de uma
mesma realidade são diferentes. E é por causa disso que cada sensitivo
consultado sobre determinada situação, vai mostrar um aspecto diferente da
questão.
Mas preste atenção: se você comparar as instruções e insights obtidos por
cada um deles, sobre o mesmo problema, vai descobrir muita coisa em comum. Todos
eles vão lhe apontar aspectos da causa raiz dos seus principais problemas, um
mesmo padrão de sentimento ou emoção, as mesmas relações desarmônicas que
obstruem o crescimento, as culpas que paralisam, os estados mentais que
aprisionam. E nada disso será fruto da imaginação.
Se uma cigana pode ver a possibilidade de um novo emprego nas linhas da sua mão,
uma especialista em imagens mentais pode ver você entrando por um portão
dourado, com notas verdes de dólares caindo como chuva sobre sua cabeça,
enquanto uma taróloga vai dizer que este é o significado da roda da fortuna
que aparece em seu jogo.
E todas vão lhe aconselhar a se livrar do medo de fracassar, do pensamento de
que você não é capaz, da postura de vítima, da incapacidade de dizer não,
caso você queira mesmo que essa oportunidade se torne real em sua vida.
O importante é procurar perceber as ligações entre os aspectos descritos, os
pontos comuns e os sentimentos evocados em cada um deles.
Você pode consultar todo o tipo de oráculo, solicitar e conseguir uma
entrevista com o mais avançado dos mestres que presidem o seu desenvolvimento
espiritual, abrir o akasha *, saber tudo o que há para saber e o que é
permitido acessar sobre sua caminhada em direção à Luz e, mesmo assim, não
conseguir dar um único passo adiante.
Pensamentos, sentimentos, palavras e ações conectados com a Luz são as únicas
maneiras de conseguir progresso em qualquer dimensão.
Representantes do mundo angélico, instrutores e mestres utilizam essas mesmas
vias - quando as leis que regem o universo permitem - para se comunicar conosco
ou alterar a natureza ou a estrutura da matéria.
Ver, ouvir, pressentir, intuir ou simplesmente receber informações e
conhecimento de uma fonte invisível, aparentemente não-identificada e improvável
é o que costumamos atribuir, sem culpa, à imaginação.
Mas, se toda imaginação é uma aquisição de conceitos obtidos em outras
dimensões, como explicar mundos imaginários obscuros e perversos, descritos em
livros, peças de teatro e, mais recentemente, em filmes, jogos eletrônicos e
programas de TV?
A verdade é que, como expressão da divindade, temos o poder não só de
acessar, mas também de alterar, com nossos pensamentos, sentimentos, palavras e
ações, todas as dimensões que tenham freqüência vibratória semelhante à
nossa.
E essa lei funciona, independentemente de nosso grau de consciência.
Isso significa que podemos acessar e alterar as dimensões beneficamente,
tornando-as cada vez mais sutis e iluminadas, quando as acessamos com consciência
e propósitos positivos, ou adensa-las e torna-las mais sombrias quando as
acessamos e nelas atuamos, de forma inconsciente, com motivações egoístas e
repletas de separatividade.
Cada vez que um ser humano penetra numa dimensão sem a devida consciência,
nela imprime as sombras que trouxe consigo. Quanto mais densa a dimensão, mais
ela assume a separatividade sugerida pelos seres humanos.
Repetidamente acessada e reproduzida por outros seres humanos, a negatividade, a
separatividade e o egoísmo acumulados se intensificam, transformando algumas
dimensões, ao longo das eras, nos ambientes sombrios que conhecemos pelo nome
de infernos.
Essas dimensões desarmônicas, descritas e retratadas em inumeras obras de
arte, que ingenuamente acreditamos serem frutos da imaginação, são
resultantes das interferências discordantes dos seres humanos, e freqüentemente
nos assombram.
Realidades dimensionais ou frutos da imaginação, a sombra e a desarmonia são
nossa responsabilidade, e como tal, devem ser constantemente alteradas, com
pensamentos, sentimentos, palavras e ações conscientes e cheias de Divina Luz.
Se assim fizermos, estaremos transformando todas as dimensões em paraísos.
Quando isso acontecer, os seres humanos só poderão imaginar coisas boas e
belas, mesmo quando estiverem somente no aqui e agora, porque quando um ser
humano acessa uma nova dimensão, toda a humanidade a visita junto com ele.
Porque somos todos um.
* Akasha: Lugar interdimensional onde se encontram gravados todos os
registros de todas as vidas de todos os seres do Universo.
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