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Um terço dos "yuppies" britânicos
trabalha de ressaca
Em pelo menos dois dias da
semana, porcentagem que, inclusive, é duas vezes
maior no caso de muitas mulheres. A constatação é
de um estudo divulgado hoje pelo jornal The Daily
Telegraph.
O relatório foi elaborado por Harry Briggs e
Marcus Waley-Cohen, ambos de 26 anos e antigos
estudantes da seleta Universidade de Eton, os quais
entrevistaram centenas de amigos e conhecidos sobre
seus hábitos relacionados à bebida. Entre as opções
preferidas pelos jovens profissionais bem-sucedidos
do Reino Unido na hora de tomar um drinque, mais que
a cerveja, estão o champanhe e os coquetéis exóticos,
sempre em grandes quantidades.
De acordo com o jornal, apesar de muitos deles
trabalharem mais horas que a média e de 72% se
auto-definirem como ambiciosos, outros dois terços
admitem que, pelo menos uma vez nos últimos 30
dias, faltaram ao trabalho dizendo que estavam
doentes, quando, na verdade, estavam de ressaca.
"As pessoas que estão começando e que têm
menos de 30 anos gostam de festas e isso significa
álcool, champanhe, coquetéis e vodca com energético,
o que, embora saiba-se que seja fatal, evita que você
caia no sono após ter passado o dia sentado numa
cadeira", explica Waley-Cohen, licenciado em
Políticas pela Universidade de Edimburgo (Escócia).
As mulheres não ficam atrás, já que, conforme
a pesquisa, têm pelo menos duas vezes mais ressacas
que seus colegas de sexo masculino. No total, foram
500 os entrevistados, todos eles ex-alunos de
prestigiados centros de ensino, como os de Eton,
Oxford e Edimburgo, e pertencentes aos mais variados
ramos de atividade, como os bancário, publicitário,
televisivo, de advocacia e de consultoria.
A idade dos participantes da pesquisa varia de 18
a 30 anos, embora 70% tenham mais de 25 anos.
Curiosamente, os que mais bebem são os que mais
cuidam de sua saúde, uma vez que, em média, vão
duas vezes mais à academia durante a semana. De
qualquer maneira, o estudo destaca que muitos bebem
porque se sentem pressionados a fazer isso -
especialmente nos grandes bancos e empresas de
consultoria - onde o que se espera deles é que
cumpram a "cultura do macho", a qual
determina que, após horas de trabalho, deve-se
passar outras tantas bebendo.
"Algumas pessoas acham pesado ter que ir a
um pub com tanta freqüência, mas dizem que não
podem fugir disso", argumenta Brigss. Lee
Lixemberg, porta-voz da "Alcohol Concern",
uma associação que faz campanhas sobre os perigos
da bebida, afirma que a "cada ano mais de 40
milhões de dias de trabalho são perdidos por culpa
do álcool". Lixemberg assegura que pertencer a
uma classe social alta não significa que o
"impacto" do problema vá ser menor.
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