Estresse crônico afeta
sistema de defesa do organismo
Um estudo feito com pais de crianças em tratamento
para combater o câncer sugere que o estresse crônico pode dificultar a
resposta antiinflamatória natural do organismo.
Diversas pesquisas anteriores haviam associado o estresse à ocorrência
de uma grande variedade de enfermidades, como infecções das vias aéreas
superiores, progressão da doença cardíaca e doenças auto-imunes,
segundo a equipe de Gregory E. Miller, da Universidade de Washington, em
St. Louis (Estado de Missouri).
Para compreender melhor a relação entre o estresse e o funcionamento
do sistema imunológico, Miller e colaboradores estudaram os efeitos do
hormônio do estresse sobre as células brancas do sangue, usadas pelo
organismo no combate a infecções. Componentes do sistema imunológico,
as células brancas normalmente se concentram na região da infecção
ou de uma lesão e ali liberam substâncias químicas chamadas
citoquinas para defender o organismo de invasores, num processo
conhecido como inflamação.
Embora ajude a combater a infecção, o processo inflamatório, se
intenso, pode ser prejudicial para o corpo. Por isso, ele é
naturalmente interrompido pelo organismo, quando os níveis do hormônio
cortisol, o hormônio do estresse, começam a aumentar.
No estudo atual, a equipe de Miller coletou amostras de sangue de 25
pais sob intenso estresse, pois tinham crianças com câncer, e comparou
a resposta das células brancas dessas pessoas com a de 25 pais de crianças
saudáveis. Apesar do estresse, todos os pais tinham boa saúde, segundo
o artigo publicado na edição de novembro da revista Health Psychology.
Os pesquisadores trataram as células com um hormônio sintético para
simular o processo que ocorre no organismo. Constatamos que as células
brancas do sangue dos pais sob estresse respondiam menos ao hormônio e,
desse modo, apresentavam probabilidade menor de interromper um processo
inflamatório, disse Miller em uma entrevista à Reuters Health.
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