A expectativa de vida da população brasileira aumentou levemente de 68,4
anos, em 2000, para 68,7, em 2001. No entanto, os anos de vida saudável
totalizam apenas 56,7. Os dados estão no relatório "Prevenindo Riscos,
Promovendo uma Vida Saudável", da Organização Mundial da Saúde (OMS).
A entidade estima que entre 15 e 20 por cento dos anos do brasileiro são
vividos em condições precárias de saúde.
O maior fator de risco nos
principais países latino-americanos, incluindo o Brasil, é o álcool. Em
termos de números, 11,6 por cento dos anos de vida saudável perdidos são em
decorrência da bebida. A obesidade é responsável por 4,3 por cento dos anos
de vida saudável perdidos, seguida da pressão sanguínea elevada (4 por
cento) e do tabagismo (3,7 por cento).
"Estes são tempos
perigosos para o bem-estar do mundo. Em muitas regiões, alguns dos piores
inimigos da saúde estão juntando forças com os aliados da pobreza",
diz a diretora-geral da OMS, Gro Harlem Brundtland, no documento. "Muitas
pessoas estão vivendo perigosamente, sabendo disso ou não."
Na quarta-feira, a entidade
afirmou que o abuso do álcool, o fumo e uma má alimentação, maus hábitos
que já foram exclusividade das nações ricas, estão ganhando terreno nos países
em desenvolvimento. "Já não existe um risco ou uma doença exclusivos
de países ricos", disse Chris Murray, autor do relatório, em entrevista
a Reuters.
A diretora-geral da OMS, Gro
Harlem Brundtland, acredita que o relatório é um grande avanço em direção
à elaboração de políticas de saúde pública. "O mundo está vivendo
perigosamente. Grande parte da população mundial faz isso porque não tem
muitas escolhas. Mas uma outra grande parte faz isso devido a escolhas
erradas."