Médico francês quer transplantar nariz e boca
 

O professor francês Laurent Lantieri manifestou hoje o desejo de fazer um transplante parcial de rosto, especificamente do nariz e da boca, de um doador morto. Lantieri reagiu à determinação emitida ontem pelo Comitê Consultivo Nacional de Etica (CCNE) sobre seu projeto de enxertar o rosto completo de uma pessoa morta em um paciente.

O CCNE não concorda com o projeto por causa do nível atual de conhecimentos sobre essas técnicas e devido aos riscos que acompanham uma intervenção deste tipo. O professor, que dirige o serviço de cirurgia plástica reparadora do hospital Henri-Mondor, perto de Paris, definiu como "muito restritiva" a determinação do CCNE, mas observou que esse Conselho deixa aberta a porta para o transplante do "triângulo nariz-boca".

O médico afirmou que, se os organismos competentes autorizarem seu projeto, ele poderá fazer o primeiro enxerto parcial de rosto antes do fim de 2004. Várias equipes de cirurgiões trabalham na idéia de um transplante de rosto, destinado a pessoas que têm a cara desfigurada, como é o caso de vítimas de acidentes de trânsito, pessoas queimadas e que sofreram outro tipo de acidente.

A cirurgia consistiria na extração do rosto de um doador, que, em algumas ocasiões, poderia ser da pele, do tecido subcutâneo, dos músculos ou dos nervos do afetado. Alguns especialistas, como Lantieri, afirmam que também seria possível um transplante do conjunto do rosto.
 EFE
 

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