Mundo é vulnerável a ataque com armas nucleares da ex-URSS

Por John Chalmers

BRUXELAS, Bélgica (Reuters) - Eis o cenário: a rede Al Qaeda obtém urânio enriquecido em reatores de pesquisas civis na ex-União Soviética e explode uma bomba nuclear rudimentar perto da sede da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), em Bruxelas.

Cerca de 40 mil pessoas morrem na hora devido à explosão de 10 quilotons. Outras 300 mil ficam feridas e o número de vítimas aumenta com a disseminação da onda radiativa para a Holanda e a Alemanha.

Esse era o cenário do "Amanhecer Negro", um exercício para terrorismo nuclear realizado a portas fechadas na Europa, na segunda-feira, e que terminou com pedidos para o "fechamento" dos reatores de pesquisas em todo o mundo.

A pergunta central da sessão, conduzida pelo Centro de Estudos Estratégicos e Internacionais (CSIS) dos Estados Unidos, foi: "O 'day after' de um ataque nuclear. O que gostaríamos de ter feito e por que não estamos fazendo isso agora?".

Segundo Michele Flournoy, assessora do CSIS e ex-funcionária do Pentágono (sede das Forças Armadas norte-americanas), os participantes concluíram que, uma vez obtido o material necessário para a fabricação de armas de destruição em massa, será quase impossível impedir os terroristas de atacarem.

"O exercício destacou a mensagem de que a prevenção é a única opção. Precisamos manter esse material longe de mãos terroristas".

Flournoy disse que a rede Al Qaeda havia tentado por diversas vezes adquirir urânio enriquecido e que havia entrado em contato com cientistas paquistaneses para saber como usá-lo.

O Grupo dos Oito (G-8, que reúne os sete países mais industrializados do mundo e a Rússia) acertou em 2002 gastar 20 bilhões de dólares nos próximos dez anos com medidas de segurança para os arsenais químico e nuclear da ex-União Soviética.

Mas o ex-senador norte-americano Sam Nunn, co-presidente de um grupo que ajudou a realizar o exercício do "Amanhecer Negro", reclamou que as potências ocidentais ainda não haviam cumprido suas promessas de gastos.

Reuters 
 

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