Filtro corta violência, sexo e palavrões em DVDs

Gladiador
sem sangue, Harry e Sally, feitos um para o outro sem sexo, Matrix sem palavrões? Sim, depois que os americanos criaram o Clearplay, um filtro de DVD que elimina cenas violentas, eróticas ou de linguagem chula, bem ao gosto do público "água com açúcar". Pouco antes do escândalo do "seio de Janet Jackson no SuperBowl", a rede de lojas Wal-Mart lançou o ClearPlay que, por US$ 79 oferecia filtros que eliminavam cenas "fortes" de mais de cem filmes, entre eles Matrix e Piratas do Caribe: a maldição do Pérola Negra.

Para a alegria dos moralistas e para o espanto dos cineastas, a companhia com sede em Salt Lake City (Utah) também oferecia novos filtros que podiam ser baixados da Internet para quase 500 filmes, por apenas cinco dólares por mês. Estrategicamente, o produto foi relançado nos Estados Unidos em meio ao forte debate ético desatado pelo escândalo de 1º de fevereiro passado, em que a irmã de Michael Jackson exibiu os seios para 100 milhões de espectadores na final da Liga de Futebol Americano (NFL). "Eu acredito que há um grande mercado para este produto, que evidentemente foi reativado com o escândalo de Janet Jackson no SuperBowl", disse à AFP Dave Arland, porta-voz da companhia Thompson, encarregada da distribuição do produto sob a marca RCA. "Além disso, é uma boa ferramenta para os pais que querem controlar o que seus filhos vêem sem ter de privá-los de um bom filme", acrescentou.

Matt Jarman, criador do ClearPlay junto com seu irmão, esclarece que por trás do produto não há nenhuma mensagem religiosa. Segundo ele, o filtro é apenas uma alternativa para quem quer assistir filmes com toda a família. "ClearPlay oferece opções em áreas onde há muitas cenas de violência física, com o emprego de palavrões e cenas de sexo explícito", disse Jarman, diretor da empresa que tem apenas 11 funcionários.

Mas isto não é o que pensa o Sindicato de Diretores dos Estados Unidos (DGA, por suas siglas em inglês), que há vários anos apresentou uma ação contra a companhia. Na ação, que foi apoiada pelos estúdios Disney, MGM, Warner Bros., Sony, DreamWorks, Universal, Fox e Paramount, grandes diretores como Steven Spielberg argumentam que este filtros violam os direitos autorais dos filmes. "É uma violação à lei e é errado tirar proveito, tentar vender um software que modifica filmes criados por outras pessoas", disse a DGA em um comunicado.

Os diretores da ClearPlay argumentam que eles não modificam os filmes. "São os pais que decidem, nós apenas lhes damos esta opção", afirmou. Muitos americanos aplaudem a iniciativa. "Apesar da proliferação da linguagem vulgar, do sexo gráfico e da violência nos filmes, algumas pessoas não querem fazer parte disto. O ClearPlay nos dá a opção de ver um filme que normalmente consideraríamos proibido".


 

 

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