Cientista cria robô que faz origamis; veja vídeos

da Folha Online

A maioria das pessoas aprende a dobrar um pedaço de papel quando ainda está no jardim da infância. Mas para um robô, dobrar um pedaço de papel é uma tarefa que exige fórmulas matemáticas muito complexas. A dificuldade em construir um robô que fizesse origamis [dobraduras em papel japonesas], porém, serviu como incentivo para um estudante de doutorado da Universidade de Carnegie Mellon (EUA).

Quando apresentou o projeto, em janeiro de 2003, Devin Balkcom não foi encorajado por Matthew Mason, professor de ciência da computação e robótica da universidade. Hoje, entretanto, Balkcom desenvolveu um robô que pode fazer aviões e chapéus de papel. "O origami conseguiu sair do laboratório", disse Mason.

Para pesquisas, um robô que faz origami é importante, pois os robôs conseguem manusear objetos sólidos como um taco de golfe, mas até o momento tinham dificuldade para lidar com objetos mais flexíveis, como papel ou tecidos humanos --no caso de robôs cirúrgicos.

Como resultado, o robô construído por Balkcom pode ajudar a medir a habilidade de outros robôs em manusear objetos flexíveis. É o mesmo princípio de usar um jogo de xadrez para medir a velocidade e a "inteligência" de um computador.

Matemática

A máquina do estudante da Universidade Carnegie Mellon parece bem simples --ela conta com um pequeno braço robótico que fica preso a uma mesa. Mas para que o braço dobre as folhas de papel é preciso um trabalho muito maior. Como o robô entende apenas um idioma, a matemática, é preciso converter todos os dados relacionados a um avião de papel em números.

Uma folha de papel, por exemplo, parece ter apenas duas dimensões: largura e altura. Mas a espessura da folha --a terceira dimensão-- também precisa ser levada em conta na hora de fazer uma dobradura. Isso faz com que o papel fique mais grosso cada vez que é dobrado e o robô precisa "entender" isso, para não dobrar demais o papel.

Outra dificuldade é que o robô não tem dedos nem olhos --ou seja, ele não tem como sentir o papel nem ver o resultado para saber se a dobradura está ficando do jeito esperado.

A solução produzida por Balkcom ensina ao robô a produzir origamis de uma maneira diferente da usada por humanos. Ele usa uma espécie de ventosa para puxar as folhas.

Um robô que faz dobraduras de um jeito mais parecido com pessoas está sendo estudado por Yasumichi Aiyama, professor da Universidade de Tsukuba (Japão), que está visitando o laboratório de Mason. A máquina usada por Aiyama tem dedos robóticos.

Com Associated Press

 

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