O alvo é você: 

Já são românticos os tempos em que os primeiros sites começaram a nos desejar bom dia ou agradecer por uma nova visita e nós nos espantávamos com isso. Eles começaram a nos indicar produtos que já havíamos comprado e que entraram em promoção. Depois, passaram a indicar produtos que nem sequer tínhamos visto, pois eram resultados de um cruzamento de todas as compras que havíamos feito. E então, começaram a acertar, pois no começo as indicações eram ridículas.

Mas hoje, eles praticamente lêem a nossa mente e nos indicam coisas maravilhosas, que nós nem sabíamos que gostávamos. Agora, algumas empresas testam os limites da privacidade, e nesses momentos vale sempre nosso questionamento ético e, quem sabe, um debate. Alguns exemplos:

  • A Coca-Cola está lançando nos EUA uma campanha em que as latinhas premiadas vem com um localizador para serem rastreadas por GPS. Nessa ingênua solução estão algumas informações estratégicas de logística.
  • Alguns dos novos celulares já vem com GPS e também com localizador. As mulheres estão comprando para os filhos e aproveitando a promoção para presentear o marido ou namorado. Ah,... os homens também fazem isso.
  • Os cartões de crédito inteligentes já sugerem uma visita a uma loja que você nem conhece, de tanto que sabem onde você foi e o que comprou. Mas essa informação nunca serve para reduzir os juros do cartão.
  • Os carros já vem com um chip para que as taxas sejam cobradas, automaticamente, nos pedágios e para que os veículos sejam monitorados nas estradas e ruas das grandes cidades.
  • Seu site favorito então, nem se fala, ele pode instalar um cookie no seu computador, não apenas para reconhecer você, mas sim para segui-lo por toda rede. E o pior é que isso é vendido livremente na rede. Isso é espionagem criminosa mesmo.

Um exercício bom é imaginar quais serão as próximas descobertas. Talvez quando uma criança nascer o médico diga:
— Já fez o teste do pezinho e já foi instalado o chipizinho.

Seja por segurança, logística ou relacionamento com o cliente, o fato é que tudo isso tange o anti-ético, e muitas vezes é. Mas, quem sabe você receba por celular a notícia de que seu carro foi roubado por um ladrão com bloqueador de sinal na cintura e que o policial, sem gasolina, não poderá ir até o local da ocorrência. Infelizmente nem tudo muda com a tecnologia.

Marcelo Caetano
Diretor de Marketing da Editora Quantum

 

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