Al-Qaeda
usa Internet como sala de aula
A Al-Qaeda transformou a Internet em uma
sala de aula virtual para seus simpatizantes
no mundo todo. A medida aconteceu pouco
depois de soldados norte-americanos terem
expulsado os seguidores de Osama Bin Laden
das bases de treinamento montadas no
Afeganistão.
A Internet desempenhou um papel
fundamental nos esforços de planejamento e
coordenação da Al-Qaeda nos ataques de 11
de setembro de 2001 contra alvos nos Estados
Unidos. Nos anos posteriores, a rede mundial
de computadores adquiriu um peso ainda
maior. Agora, o grupo de militantes usa a
Internet para recrutar membros, para
disseminar medo e propaganda e para executar
atentados, dizem os especialistas.
"A Internet é hoje mais perigosa do
que no passado", afirmou Rita Katz,
diretora do Instituto SITE, em uma
entrevista por telefone. "O que quer
que houvesse no Afeganistão em termos de
campos de treinamento, existe hoje na
Internet", disse Katz, cuja organização
sem fins lucrativos dedica-se a rastrear os
sites islâmicos. Entre seus clientes estão
o governo dos EUA e grandes empresas
norte-americanas.
"Alguns dos manuais (colocados na
rede) são os mesmos usados no Afeganistão.
Alguns foram escritos por Saif al-Adel, um
dos mais procurados comandantes da Al-Qaeda",
disse. "Ele está na lista dos mais
procurados do FBI". Informações
postadas recentemente ensinavam como usar um
telefone celular para realizar um atentado a
bomba. O método serviu para os atentados
ocorridos em 11 de março, em Madri, e no
qual foram mortas 191 pessoas.
"Para ter certeza de que ninguém
ficará com dúvidas, há até um vídeo
mostrando como realizar o procedimento. É
assustador", afirmou Katz. Segundo a
norte-americana, um mês antes de detonada
uma onda de sequestros no Iraque e na Arábia
Saudita, apareceram manuais na Internet com
instruções precisas sobre como capturar
reféns.
Gabriel Weimann, do Instituto pela Paz,
com sede nos EUA, disse que a ameaça
representada pela Internet foi
mal-interpretada porque houve uma atenção
exagerada sobre a possibilidade de
acontecerem "ataques cibernéticos".
Para Weimann, o que preocupa mais é o uso
da rede mundial de computadores para fins
mais simples - como guerra psicológica,
propaganda, levantamento de fundos,
recrutamento e ataques coordenados.
Reuters
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