Rede
doméstica abre nova grande onda da eletrônica
Mencione "rede doméstica"
à maioria das pessoas e poucas imaginariam os roteadores, pontos de
acesso e conexões sem fio que dentro de alguns anos se tornarão parte
indispensável de milhões de sistemas de entretenimento doméstico. Por
isso, Mose Lichtman, da Microsoft, simplesmente pergunta se elas querem
serem capazes de assistir a qualquer filme ou programa de TV, no horário
mais conveniente, em qualquer tela de exibição, incluindo a de um
celular.
"O ponto é oferecer
aos consumidores liberdade de acesso à informação e entretenimento que
os atraiam, da maneira que melhor lhes convier", disse Lichtman, que
comanda a divisão de software para TV da Microsoft.
A Microsoft e dezenas de
outras grandes companhias de tecnologia, da francesa Alcatel à japonesa
Sony, passando por fabricantes de chips como a Intel, estão apostando que
muito dinheiro pode ser faturado, nos próximos anos, por meio de uma
mudança permanente na maneira pela qual notícias, entretenimento e
informações atingem os consumidores digitalmente e via Internet.
"Assim como
aconteceu quando nossas vidas foram mudadas com a introdução dos
computadores pessoais, no começo dos anos de 1980, e dos celulares, no
começo dos anos de 1990, acredito que as redes domésticas vão
impulsionar a próxima grande onda de mídia e comunicação digital para
os consumidores", disse o analista Richard Webb, da Infonetics, uma
empresa britânica de pesquisa de mercado.
Depois de quase uma década
de conversa, as coisas podem enfim começar a se concretizar já no ano
que vem. "Espero vendas significativas (de produtos para redes domésticas)
já em 2005", disse Jan Hommen, vice-presidente financeiro da maior
fabricante européia de bens de consumo eletrônicos, a Philips.
As empresas de eletrônica
vêm falando há anos sobre a "casa inteligente", mas produtos
futuristas como o "refrigerador conectado" continuam a ser caros
e pouco populares.
O que mudou agora é que
as empresas estão investindo de verdade na melhora dos serviços de
entretenimento e comunicação pelos quais consumidores estão dispostos a
pagar, centrados em torno de vídeo e música, e oferecendo além de tudo
serviços telefônicos via Internet a preço muito baixo.
"A digitalização
doméstica pode ser a terceira grande onda da eletrônica digital",
disse Matthew Gehl, analista do Goldman Sachs.
Reuters
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