Golpes
contra correntistas na Web são aprimorados
A técnica de se criar sites ou e-mails falsos de bancos para roubar
dinheiro e informações de correntistas que usam serviços pela Web foi
aprimorada e uma empresa de segurança de computadores alerta que esta
pode ser uma nova ameaça séria aos internautas. A fraude está mais
discreta e envolve clientes de bancos brasileiros.
Técnicos de segurança
de computadores da companhia britânica MessageLabs temem que essa possa
se tornar uma das ferramentas preferidas de fraudadores que criam sites
falsos para convencerem correntistas a entregarem informações pessoais
como senhas. O golpe é conhecido pelo termo em inglês "phishing".
No passado, uma vítima
dessa fraude passava por um procedimento relativamente complexo de abrir
o email falso e então clicar em um arquivo anexado ou em um endereço
Web trazido pela mensagem. Só aí é que ela chegava ao site falso para
registrar seus dados sem perceber que se trata de um golpe.
Agora, o esquema é
mais automático, basta abrir o email aparentemente inofensivo. A execução
da mensagem inicia um pequeno programa "script" que se insere
no computador da vítima. O script sobrescreve endereços de Internet
registrados no navegador do internauta ou redireciona a vítima
automaticamente para o site falso quando ela digita o endereço oficial
da instituição no navegador.
Segundo a MessageLabs,
os emails com o script maligno têm por alvo correntistas de três
bancos brasileiros: Caixa Econômica Federal, Unibanco e Bradesco. O
temor é que a técnica possa ser facilmente adaptada para qualquer
banco online.
Representantes das
instituições financeiras não estavam imediatamente disponíveis para
comentar o assunto. O programa tem circulado na Internet desde a semana
passada, mas em volume relativamente pequeno, afirma a MessageLabs.
"Vimos apenas
cerca de 30 cópias. Em termos de volume, é pouco. Mas as pessoas devem
ficar atentas pois este pode ser o próximo passo no problema de fraudes
desse tipo", disse uma porta-voz da MessageLabs.
A prática de phishing
tem se tornado mais corrente nos últimos 18 meses à medida que mais
internautas usam serviços bancários online. A polícia britânica
estima que o prejuízo causado em 2003 aos correntistas da Inglaterra
tenha sido de 60 milhões de libras.
Recentemente, a Polícia
Federal brasileira prendeu 53 pessoas em quatro Estados acusadas de
roubarem dinheiro pela Internet. O bando espalhava emails com vírus que
roubavam dados pessoais e senhas bancárias dos internautas.
"A maioria dos
bancos alertou para os clientes ficarem atentos a qualquer email que peça
detalhes pessoais, mas neste caso tudo o que eles têm que fazer é
abrir um email aparentemente inocente para que suas informações sejam
silenciosamente comprometidas", disse Alex Shipp, especialista em
tecnologia antivírus da MessageLabs.
A empresa afirmou que
se o internauta desativar a opção de scripts do Windows ele correrá
menos risco de cair nesse golpe.
Reuters
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