Em
breve, pagamentos nas pontas dos dedos
Michele Gershberg
Os consumidores talvez em breve possam se despedir de seus cartões plásticos
de débito e crédito, já que as grandes administradoras de cartões de
crédito estão testando métodos futuristas de pagamento capazes de
identificar contas por meio de impressões digitais.
Executivos de
administradoras de cartões de crédito afirmaram durante o Reuters
Banking Summit de 2005, esta semana, que estavam desenvolvendo programas
para sofisticadas técnicas de leitura, que nos acostumamos a ver como
parte de tramas cinematográficas ambientadas daqui a alguns séculos.
Em lugar de entregar um
cartão de crédito no mercado local ou em uma loja de sapatos, o
pagamento seria realizado por meio de uma varredura biométrica de um
globo ocular ou polegar, conectada a dados relativos à conta bancária de
um cliente, em um processo não muito diferente das medidas de segurança
já adotadas pelos aeroportos e autoridades de imigração
norte-americanos.
"Estamos testando
diversas opções diferentes... é muito promissor", disse Carl
Pascarella, presidente-executivo da Visa USA. "Acredito que haverá
pilotos em teste nos mercados dentro de um ano, porque a tecnologia vem
avançando de maneira muito rápida."
David Nelms,
presidente-executivo da Discover Financial Services, disse que sua empresa
também estava realizando experiências com tecnologia baseada em impressões
digitais, como forma de simplificar o processo de transação e torná-lo
mais seguro.
"Com o roubo de
identidade se tornando preocupação, o importante é que roubar uma
impressão digital é muito mais difícil", disse Nelms. A Discover
é uma subsidiária do Morgan Stanley .
Segundo o executivo, os
cartões inteligentes vêm sendo mais utilizados na Ásia e na Europa,
onde os custos mais elevados de comunicação tornam mais econômico
armazenar dados em cartão do que obter acesso a eles via linhas telefônicas.
Os defensores da
privacidade alegam que métodos biométricos de pagamento podem se tornar
invasivos se a adoção em larga escala pelo varejo deixar aos
consumidores pouca escolha senão aceitá-los. E pode haver riscos para
bancos de dados mais amplos, caso as administradoras de cartões de crédito
decidam não pagar pelo grau mais elevado de proteção.
(Com reportagem adicional
de Duncan Martell)
Reuters
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