Podcasting
causa corrida por audiência na internet
A popularidade dos blogs, que se tornaram uma fonte diária de notícias, pegou
a mídia de surpresa. A indústria está tentando não cometer o mesmo erro em
se tratando de podcasts, tecnologia que permite que qualquer usuário transmita
uma programação em áudio pela rede.
Saiba
tudo sobre o podcasting
Podcasts são essencialmente
arquivos de áudio distribuídos pela internet, sobretudo por meio de RSS. Eles
podem ser armazenados no computador ou em tocadores de música digital e ouvidos
quando e quantas vezes o usuário quiser.
Todas as empresas, desde a
Disney à revista Newsweek, estão agora oferecendo podcasts. A Apple Computer
tornou a tarefa de encontrar as transmissões mais fácil ao incorporar ao seu
popular programa de áudio, o iTunes, um sistema de busca e download para o iPod.
Enquanto os lucros ainda são
irrisórios, o pote de ouro está na empresa que conseguir se tornar fonte de
referência para a procura e a distribuição de podcasts, fazendo possivelmente
contratos com provedores e gerando dinheiro com assinaturas e publicidade.
Por enquanto, os podcasts são
basicamente compostos de conversas. As complexas leis de distribuição do
mercado fonográfico tornam extremamente difícil a inclusão de músicas na
transmissão. É provável que o fenômeno do podcast não exploda até que as
empresas decidam como garantir os direitos autorais das músicas.
Se alguém está na posição
de ganhar muito dinheiro com podcasting, é a Apple, que adaptou a sua loja
virtual e adicionou atalhos para mais de três mil podcasts para download
gratuito. A empresa divulgou que mais de um milhão de podcasts foram baixados
nos primeiros dois dias de serviço.
Segredo
Enquanto dezenas de milhares de
"podcasteiros" procuram público, um número crescente de empresas
está tentando descobrir qual é o segredo, e se tornar um imã de audiência.
Não é apenas a Apple que está no páreo. Existem também os sites
Podcastalley.com, Podcast.net e, recentemente, o Odeo.com.
O responsável pelo Odeo.com é
Evan Williams, criador do Blogger.com. Ele e nove funcionários lançaram a
versão beta do site, onde existem diretórios de podcasts para download e
,ferramentas de edição de áudio para seus usuários.
Reconhecendo que um dos maiores
problemas de reclamações sobre podcasts é a dificuldade de achá-las, o site
organiza os arquivos por gêneros como arte, comida, religião, sexo e até
programas bizarros. Williams acredita tanto no podcasting que paga a
manutenção do Odeo do próprio bolso. Enquanto não revela como pretende
lucrar, ele diz que cobrar por conteúdo exclusivo ou acesso à ferramentas de
gravação digital é uma possibilidade.
Conseguir autorização legal
para reprodução de música popular pode ser o necessário para tornar os
podcasts populares. "Não há forma fácil de legalizar música para
podcasts", diz Fred von Lohmann, advogado para o grupo Electronic Frotnier
Foundation. "Você precisa liberar os direitos de cada música
individualmente, e isto é um processo demorado". Williams, entretanto,
está otimista: "Se os podcast conseguirem uma grande audiência, o
dinheiro virá."
Alguns podcaster estão
dispostos a pagar por ferramentas melhores, de acordo com Matt Galligan, que é
responsável por um programa chamado "The Spotlight". O serviço
promove música de artistas pequenos e sem gravadora. "Se você não tiver
boa qualidade de áudio, as pessoas não irão lhe escutar", explicou.
Chris McIntyre, dono do site
Podcast alley, um agregador de podcasts, fornece ferramentas gratuitas e dicas
para os "podcasteiros". McIntyre diz que o número de podcasts
triplicou no último mês e que ele já começou a vender espaço publicitário
para cobrir as suas despesas.
Outro sinal de que podcasting
tem atraído anunciantes é a Toyota ter concordado em asssinar por seis meses
todos os podcasts para a rádio KCRW, de Los Angeles, com uma vinheta de 10
segundos, disse Ruth Seymore, gerente da rádio. "A explosão do podcasting
ainda não aconteceu", disse Seymour. "O podcast vai decolar no
segundo que alguém conseguir os direitos (das músicas)."
AP
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