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Diamantes
sintéticos revolucionam tecnologia
Há séculos os diamantes exercem especial atração sobre o homem, mas; no
futuro, eles poderão levá-los ao trabalho, já que engenheiros estão
encontrando usos para a pedra preciosa em carros elétricos e outras
aplicações. De brocas ultra-resistentes a semicondutores e equipamentos
ópticos, representantes de empresas que lidam com diamantes dizem que os usos
permitidos pela pedra estão se multiplicando e os avanços na produção de
diamantes sintéticos abriram as portas a aplicações cada vez mais inovadoras.
"O diamante, como
material, está na mesma posição que o aço estava na década de 1850 e que o
silício ocupava nos anos 80. Haverá muitos usos para ele nos próximos 50
anos, mas a quantidade disponível não é grande", disse Bryant Linares,
presidente e presidente-executivo da Apollo Diamond, fabricante de produtos
sintéticos sediada em Massachussets. "Temos o potencial de produzir
semicondutores que poderão ser mais rápidos, e melhores, do que quaisquer
semicondutor existente", disse Robert Linares, pai de Bryant e presidente
do conselho da empresa que opera sob controle familiar.
A durabilidade dos diamantes em
ambientes de alta temperatura pode revolucionar os processadores de alto
desempenho e ajudar a fazer dos carros elétricos uma realidade para
consumidores de todo o mundo, disse ele. "Boa parte do problema com os
carros elétricos, redes de eletricidade e até mesmo computadores do futuro é
como lidar com o calor. O uso de diamantes no lugar do silício pode reduzir em
até 80 por cento o volume de circuitos", disse.
Um dos mais importantes
avanços na tecnologia de diamantes sintéticos é a deposição de vapor
químico (CVD), que forma diamantes por meio de uma reação química entre
gases. O CVD pode ser manipulado para produzir formas específicas de diamante
de maneira muito mais eficaz do que o método anterior, o de "alta
pressão, alta temperatura" (HPHT), desenvolvido pela General Electric na
metade do século 20 para comprimir carbono e gerar diamantes, usando metal
derretido como catalisador.
Isso significa que camadas
finas de diamante podem ser produzidas para uso em microprocessadores, e
diamantes mais espessos para outras finalidades. A maior parte dos diamantes
usados em processos industriais no mundo são sintéticos. A Diamond Trading
Company (DTC), unidade de marketing da gigante dos diamantes De Beers, afirma
que cerca de 200 toneladas de diamantes sintéticos são usados pela indústria
a cada ano. O volume é muitas vezes superior ao total de diamantes obtidos por
mineração.
Com a produção pelo processo
HPHT, relativamente poucas pedras com qualidade de gemas são produzidas e a
maioria delas tem coloração amarelada. Algumas vezes essas pedras são
negociadas como "canárias". Mas o processo CVD dá ao fabricante
maior controle sobre os diamantes produzidos e pode criar pedras praticamente
incolores. "Eles são quimicamente, fisicamente e opticamente idênticos
aos diamantes de minas", disse Robert Linares. "(Mas) nós preferimos
que as noivas saibam que estão recebendo um diamante Apollo."
A De Beers afirma que a
produção sintética representa pouca ameaça para seu mercado gemas obtidas em
minas. A companhia cita pesquisa que afirma que 94 por cento das mulheres querem
ganhar diamantes naturais, não sintéticos. A empresa criou máquinas que podem
distinguir diamantes sintéticos de naturais para evitar fraudes. "O valor
de um diamante é baseado em sua raridade inerente", disse o chefe global
de marketing da DTC, Stephen Lussier. "Eles são tão antigos quanto o
mundo. E o mundo parou de fazer diamantes."
Reuters
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