Golpes por e-mail ainda enganam muitos internautas

Em Festac Town, uma comunidade de scammers, como são chamados os que aplicam golpes pela internet, passa a madrugada na Internet. Lá eles trocam histórias de golpes bem sucedidos, e tramam outros, enquanto exibem roupas caras e carros luxuosos.

Festac Town é um distrito de Lagos, capital da Nigéria até 1991, onde especialistas em comunicação vendem ilegalmente linhas telefônicas internacionais, onde pode-se emular ligações vindas de qualquer lugar do mundo. Entretanto, agora, uma operação de três anos está começando a dar resultados, segundo autoridades nigerianas.

Nuhu Ribadu, chefe da Comissão de Crimes Econômicos e Financeiros, disse que mais de US$ 700 milhões foram recuperados de suspeitos entre maio de 2003 e junho de 2004. Mais de 500 suspeitos foram presos, outros 100 casos estão no tribunal e 500 sob investigação.

A agência teve sua primeira grande vitória nos tribunais em maio quando Mike Amadi pegou 16 anos de cadeia por manter um site que oferecia procurações falsas. Amadi, que foi preso por um agente disfarçado com um empresário italiano, se fazia passar pelo próprio Ribadu e usava o nome da comissão.

Especialistas dizem que fraudes nigerianas continuam a entupir caixas de correio apesar dos filtros de spam estarem cada vez mais agressivos. Nicholas Gragam, da America Online, diz que as mensagens nigerianas não contém os mesmos indícios do spam convencional, mas que, na pior das hipóteses, todo e-mail vindo do país pode ser detectado e barrado.

Diariamente um jovem de 24 anos, chamado Kele B., vai a um cyber café, senta a um computador e envia milhares de e-mails dizendo que o destinatário ganhou 6,4 milhões de libras em uma suposta loteria da Internet. "Congratulation! You Are Our Lucky Winner!" lê o cabeçalho da mensagem.

Até agora, diz Kele, somente uma pessoa respondeu. Mas valeu a pena, ele diz. Um americano mordeu a isca e pagou "taxas" de US$ 5 mil, para nunca receber resposta alguma do rapaz.

Elekwa, de 28 anos, diz que não conseguiu emprego mesmo com um diploma em ciência da computação. Depois de quatro anos fazendo golpes, ele se diz satisfeito: "Agora tenho três carros, duas casas e não estou mais atrás de emprego."

O golpe mais famoso é o que o remetente se passa por um oficial corrupto procurando por ajuda para retirar uma fortuna do país. Através de e-mails e fax as vítimas enviam informações pessoais e dados bancários, com a promessa que depois de depositar uma quantia em uma conta, receberá uma fatia do total.
 
AP

 
 
 

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