Troca de pós pelo pré-pago manterá número

TALITA FIGUEIREDO
Colaboração para a Folha de S.Paulo, do Rio

O juiz da 3ª Vara Empresarial do Tribunal de Justiça do Rio, Paulo Roberto Campos Fragoso, determinou ontem que as empresas de telefonia móvel não podem trocar o número do telefone dos consumidores que desejam migrar do plano pós-pago para o pré-pago. E fixou multa de R$ 5.000 por dia por descumprimento da ordem.

No despacho, o juiz vê "evidente ilicitude" das operadoras e determina que elas "se abstenham de condicionar a migração à perda" do número do telefone.

A ação civil pública, proposta pelo promotor Rodrigo Terra, relatou reclamação do consumidor Flávio de Souza que, "visando a adquirir controle efetivo do seu consumo" pretendia mudar de plano, quando foi "informado de que seria impossível manter o número do mesmo".

Na ação, o promotor atesta que a TIM "recorreu à alegação de impossibilidade técnica da migração devido ao sistema utilizado pela empresa e a prestadora Oi classificou o ato de mudança de plano como finalização da conta do usuário, assim como de "vantagem" oferecida ao consumidor a manutenção" do número. A Vivo também alegou, segundo a ação, impossibilidade técnica.

Segundo a ação, a Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) esclareceu que a mudança do Plano de Serviço não implica a mudança do Código de Acesso, ou seja, do número de telefone.

O promotor chama a atenção para o fato de que as operadoras não obrigam o cliente a trocar o número do telefone, caso migrem de pré-pago para pós-pago. Segundo ele, as pessoas acabam por não mudar de plano, porque não querem perder o número.

"Isso mostra claramente que as empresas estão em busca de vantagens econômicas, já que os planos pré-pagos possibilitam os clientes a terem controle total de seus gastos, o que não acontece nos planos pós-pagos. Assim, você empurra o consumidor para a inadimplência.", afirmou.

A Claro informou que não impõe a modificação do número aos clientes. TIM, OI e Vivo informaram por meio de suas assessorias de imprensa não terem sido notificadas da decisão até a conclusão desta edição. As empresas não informaram se pretendem entrar com recurso contra a decisão.

 
 
 
 

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