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Tecnologias causam interferência no
futuro do rádio
O setor de rádio pode perder importância no mercado de mídia, dadas as
ameaças que novas tecnologias acarretam para os seus negócios, disseram
executivos de publicidade durante a Reuters Media and Advertising Summit.
As rádios via satélite, players
digitais de música e a Internet estão lentamente desgastando o domínio
das rádios sobre o entretenimento e publicidade locais. Além disso, os
anúncios para rádio também se tornaram menos memoráveis e criativos,
disseram os executivos. "O rádio enfrenta uma tempestade de ameaças
tecnológicas", disse David Verklin, presidente-executivo da agência de
compra de mídia Carat Americas. "É preciso que o setor se reinvente."
Ele apontou que o iPod, da Apple
Computer, e outros players de música deram aos ouvintes a capacidade de
ouvir o que querem, quando querem. Serviços de rádio via satélite como
os oferecidos pela XM Satellite Radio Holdings e a Sirius Satellite
Radio estão oferecendo mais canais, a maioria dos quais livres de
comerciais, por uma taxa mensal de assinatura.
Por fim, a terceira ameaça que ele
aponta é a da comercialização excessiva. "Para alguns leitores, o rádio
não passa de um pouquinho de conteúdo em meio a um mar de anúncios." O
crescimento de receita das rádios vem se desacelerando desde 2003, de
acordo com o Radio Advertising Bureau. Antes de 2001, o setor registrou
quatro anos consecutivos de crescimento de dois dígitos em suas
receitas.
Para enfrentar essas ameaças, a Clear
Channel Communications, maior rede de rádio norte-americana, anunciou no
mês passado que 95 por cento de suas 1,2 mil estações estarão
transmitindo conteúdo digital em 2007. Se a iniciativa tiver sucesso, a
empresa poderá oferecer programação gratuita capaz de rivalizar com a
das rádios via satélite. "Por que pagar por alguma coisa que se recebe
de graça?", pergunta John Hogan, presidente-executivo das divisões de
rádio da Clear Channel, ecoando um lema do setor de rádio
norte-americano.
Os executivos de televisão diziam
coisas parecidas nos anos de 1970, quando o setor de TV a cabo era
incipiente. Hoje, 81% dos domicílios norte-americanos recebem TV a cabo
ou via satélite.
Reuters
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