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Europa cria alternativa à
hegemonia do Google
JEAN-PAUL CADORET
da France Presse, em Paris
A Agência para a Inovação Industrial (AII) européia
apresentará em janeiro o mecanismo de busca Quaero, um
projeto que tentará acabar com a hegemonia no setor do
americano Google.
O vice-presidente do grupo Thomson e chefe do projeto,
Jean-Luc Moullet, informou que a AII apresentará o Quaero em
meados de janeiro. O Thomson é um dos principais
proprietários de licenças de tecnologias que possibilitam a
compressão digital de imagem, principalmente os conhecidos
Mpeg2 e Mpeg4, que permitem armazenar conteúdo audiovisual
em pouco espaço.
O Quaero foi anunciado em abril pelo presidente francês,
Jacques Chirac, durante um conselho de ministros
franco-alemão na França. O projeto nascerá com o objetivo de
reunir as tecnologias necessárias para criar um mecanismo de
busca multimídia, ou seja, que permita localizar documentos
em formato fotográfico, de vídeo, áudio e texto na internet.
Autoridades francesas e alemãs informaram que também irão
promover uma biblioteca multimídia européia, iniciativa
anunciada enquanto o Google decidiu interromper o projeto de
digitalizar 15 milhões de livros, devido às críticas sobre
direitos autorais.
O Google alcançou no mercado de ações um valor de US$ 130
bilhões, o que o situa no mesmo nível da gigante tecnológica
IBM e atrás de outros dois impérios do mundo da informática:
Microsoft e Intel. A companhia registrou uma receita em 2004
de US$ 3,2 bilhões.
Outro país que deseja dominar o mercado dos mecanismos de
busca na internet é o Japão. O arquipélago anunciou um
projeto para desenvolver um mecanismo de busca nacional, que
será apoiado por empresas como Fujitsu, Nec e Matsushita, e
que pretende concorrer com Google, Yahoo e MSN, mecanismo de
busca da Microsoft.
O Quaero usará técnicas avançadas de transcrição, indexação
e tradução automática de documentos audiovisuais
plurilíngües, o que já é feito por boa parte dos buscadores
da rede.
Além do Thomson, o Quaero conta com o apoio de empresas de
tecnologia, como Deutsche Telekom e France Télécom, além de
institutos de busca e provedores de conteúdo.
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