Robô alcança região
inexplorada de Marte
O robô sonda Spirit, que percorre Marte
recolhendo dados, conseguiu alcançar um pequeno planalto que poderia
conter informação geológica importante a respeito das origens do planeta
vermelho. O veículo de seis rodas chegou ao extremo norte do planalto na
semana passada, quatro meses depois de descer uma colina do tamanho da
Estátua da Liberdade.
Os cientistas estão entusiasmados com
os primeiros dados recolhidos nesse setor, denominado "Home Plate" e de
aproximadamente 1,80 m de altura. No local, foram encontradas rochas com
diversas camadas, com a base larga e o topo mais fino.
"É impressionante. De longe o melhor
exemplo de camadas rochosas que vimos na cratera de Gusev", afirmou o
principal pesquisador do projeto, Steve Squyres, da Universidade de
Cornell. Ele ressaltou que ainda é muito cedo para determinar do que são
feitas as rochas ou como se encaixam na história de Marte.
As rochas em camada podem ter
diferentes origens, como erupções vulcânicas ou o impacto de crateras.
Também podem ser produto do vento ou o água. Squyres acredita que essas
rochas sejam produtos de uma explosão vulcânica, mas disse que ainda é
preciso fazer mais estudos. "O concreto é que temos um mistério
espetacular diante nosso, e muitas mais perguntas do que respostas",
afirmou.
Os dados recolhidos pelo Spirit revelam
uma história violenta nesta região de Marte. Foram encontrados depósitos
de materiais originados em explosões e que foram alterados pela água. Os
cientistas crêem que há 4.000 milhões de anos caiu do céu cinza quente.
Nessa época, tinha água, ainda que não em grandes quantidades.
Spirit e outro veículo similar,
Oportuniny, exploram lados opostos de Marte desde janeiro do 2004. São
robôs alimentados por energia solar, que se mantiveram em funcionamento
bem mais tempo do que o planejado pela Nasa e seguem fornecendo dados.
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