|
Inteligência artificial facilita estelionato na internet
JULIANO BARRETO
da Folha de S.Paulo
Quem se preocupa com a segurança do seu micro pode associar o
termo bot a algo negativo. A pecha de vilão não é injusta. Para
atingir mais vítimas, os golpistas usam os serviços dos robôs
on-line para fazer uma varredura de imensas proporções na
internet. Os alvos são micros sem um programa antivírus ativo ou
que não tenham as últimas atualizações do sistema operacional.
Depois de uma invasão bem-sucedida, o bot é capaz de enviar e de
receber dados via internet. Entre os downloads feitos pelo robô,
podem estar programas que permitem o controle remoto da máquina.
Dessa forma, são criadas redes de máquinas escravas, ou zumbis,
que servem para atacar sites com cargas gigantescas de pedidos
de informações (denial of service ou negação de serviço) e para
enviar mensagens comerciais de correio eletrônico.
Marcha invisível
Por ter motivações financeiras em grande parte dos casos, os
invasores usam as redes de bots da forma mais discreta possível.
Quanto mais tempo o bot trabalhar sem que o usuário perceba,
melhor.
Diferentemente dos vírus, que esgotam os recursos do sistema e
exibem mensagens, sem escolher o tipo de vítima, os robôs
invasores se instalam preferencialmente em máquinas que têm
acesso à rede por banda larga e nem sempre deixam o computador
mais lento.
As principais portas de entrada dos invasores são os e-mails com
links para sites falsos, mas há pragas que tiram vantagem de
programas de troca de arquivos e de comunicadores instantâneos.
Tanta variedade é possibilitada pela inteligência artificial dos
bots. Eles podem, automaticamente, procurar alvos, enviar
programas de invasão e depois comandá-los à distância.
Produto nacional
De acordo com o "Relatório de Ameaça à Segurança na Internet",
pesquisa divulgada pela fabricante de antivírus Symantec (www.symantec.com.br)
em março deste ano, o Brasil é o país da América Latina com o
maior número de máquinas infectadas por bots nocivos: tem
aproximadamente 34% do total de computadores infectados da
região.
Na avaliação mundial feita pela empresa, os países mais afetados
são os EUA e o Reino Unido, com 26% e 22% de máquinas escravas.
O Brasil aparece como origem de 2% das máquinas comprometidas e
o problema deve aumentar.
Segundo estimativas da empresa de segurança Ciphertrust (www.ciphertrust.com),
no mundo todo, cerca de 170 mil máquinas são infectadas
diariamente por robôs nocivos.
"O número de ataques cresce sazonalmente, de acordo com a
importância de um evento ou de assunto que circula pela
internet", explica o especialista em segurança da Symantec,
Lúcio Costa. O lançamento de uma nova versão do comunicador MSN
Messenger ou a Copa do Mundo, diz, são alguns exemplos de temas
que são usados pelos golpistas para atrair novas vítimas.
Contato falso é arma para spam no Messenger
Eles não podem invadir seu computador ou roubar suas senhas
diretamente, mas não são detectados por nenhum antivírus e
certamente provocam um incômodo inesperado e constante. São os
spambots de redes de bate-papo, que também são classificados
como spyware (software espiões).
Presentes desde a época de reinado do ICQ, essas pragas hoje têm
como principal alvo as redes do MSN Messenger e do AIM, o
comunicador da AOL.
O modo de agir dessa categoria de robô nocivo é simples. Ele
entra na lista de contatos do usuário, geralmente usando
apelidos com referências a nomes femininos, e passa a enviar
mensagens com comerciais ou com links para sites falsos.
Para fugir dessa chateação, é preciso configurar o mensageiro
para não aceitar novos contatos automaticamente.
No Windows Messenger Live, essa opção está no menu Ferramentas,
no item Privacidade, da caixa Opções.
|
|
|