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Mulher de ex-diretor do BB cria comunidade no Orkut
THIAGO GUIMARÃES
da Agência Folha, em Belo Horizonte
A família do ex-diretor de Gestão e Risco do Banco do Brasil
Expedito Afonso Veloso, envolvido na negociação do dossiê contra
tucanos, criou uma comunidade no site de relacionamentos Orkut
para apoiar e defender o petista de acusações.
Criada no sábado pela mulher de Veloso, Eloiza Tuler, a
comunidade "Eu confio em Expedito A Veloso" contava, às 16h
desta terça-feira, com 60 membros. Somava 51 comentários em 12
tópicos, tais como "Estamos com você", "Eu amo o careca" e "O
que mais lhe encanta no Expedito?".
Todos os comentários publicados até este horário eram favoráveis
a Veloso. Escritos por seus familiares, amigos e conterrâneos de
Porto Firme (MG), caracterizam o petista como um homem
trabalhador e honesto, que subiu na vida por conta de seu
esforço.
"Conheço Expedito há mais de 20 anos, estudamos na mesma
universidade e somos casados há 17 anos. Neste momento a única
angustia que sofro é ver pessoas que nem o conhece [sic] tecer
comentários sobre ele. [...] Expedito sonha com um mundo melhor
que este, e busca e trabalha para conquistar esse ideal, sem ser
'platéia'!", afirma no site a mulher de Expedito, Eloíza Tuler.
Ex-integrante da equipe de inteligência da campanha do
presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Veloso é suspeito de
envolvimento na confecção e negociação do dossiê. Em entrevista
ao jornal mineiro "O Tempo", publicada segunda-feira, ele afirma
que a negociação do dossiê foi liderada pelo petista Jorge
Lorenzetti, amigo de Lula e ex-analista de risco e mídia do
comitê presidencial.
"Toda vez que fui chamado para conversar sobre esse dossiê em
Cuiabá [MT], fui convidado pelo Lorenzetti", disse Veloso na
entrevista. O ex-diretor do BB disse ainda que fazia o "trabalho
político-técnico" do dossiê. "Fui lá avaliar o conteúdo técnico
da documentação e o suposto proveito político que o PT podia
tirar."
Veloso afirmou, segundo o jornal mineiro, que esteve três vezes
em Cuiabá para avaliar o dossiê com Luiz Antonio e Darci Vedoin,
que chegaram a pedir R$ 20 milhões pelo material. Disse não
saber a origem dos recursos usados para comprar o dossiê, e que
a documentação em questão é "bem maior" do que a apreendida pela
Polícia Federal.
A mulher de Veloso não quis falar com a Folha. Por meio
do Orkut, ela respondeu: "Tudo que penso a respeito de Expedito
consta na comunidade. Ninguém esta disposto a dizer a verdade
sobre o homem íntegro que ele é! Isto não vende jornal, e nem
prejudica eleição...".
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