Empresa britânica testa robô para tratar calvície

Uma empresa britânica de biotecnologia está desenvolvendo um robô que faz as células do folículo piloso crescerem para serem usadas em tratamentos contra calvície.

A companhia Intercytex testou com sucesso um método para remover em 30 minutos os folículos pilosos da parte de trás do pescoço, multiplicá-los e reimplantá-los na cabeça, através de injeção na pele.

A empresa agora pretende usar um fundo do governo britânico de 1,85 milhão de libras (cerca de R$ 7,4 milhões) para automatizar o processo de crescimento de células, para que o tratamento se torne acessível a mais pessoas.

O método poderia ser usado para tratar casos de calvície em homens ou alopecia em mulheres.

Escala comercial
A Intercytex, baseada em Cambridge e Manchester, recebeu fundos para o projeto do programa de tecnologia do departamento de Comércio e Indústria. Trabalhando com a empresa de equipamentos científicos The Automation Partnership, que desenvolveu o sistema robótico para armazenamento e crescimento de células, a empresa pretende ganhar escala comercial de produção de folículos pilosos ¿ também conhecidos como células da papila dérmica.

O tratamento foi testado inicialmente em sete homens com calvície. Em cinco deles, os cabelos voltaram a crescer. Os testes estão sendo estendidos agora a outros 20 homens.

O tipo mais comum de calvície é desencadeado pelo hormônio masculino diidrotestosterona (DHT), que faz com que os folículos se encolham e que o cabelo se torne mais fino, até parar de crescer.

Segundo o presidente da Intercytex, Nick Higgins, as áreas atrás do pescoço não são afetadas pelo hormônio.

"Nós retiramos uma amostra muito pequena das células da papila dérmica e depois fazemos com que elas cresçam em um ambiente especial, até obtermos dez mil células. Depois pegamos uma agulha muito fina e injetamos as células abaixo da pele. A idéia é que a cada injeção, novos cabelos cresçam", diz Higgins.

A tecnologia também será testada em casos de alopecia, mas, segundo Higgins, esse tipo de tratamento só estará disponível daqui a três anos ao público em geral.

De acordo com o psicólogo da Universidade de Nottingham e porta-voz da entidade britânica Alopecia UK, Nigel Hunt, a queda de cabelos é uma experiência traumática, especialmente para mulheres com alopecia. "Eu gostaria de ver alguns resultados, mas se for comprovado que isso funciona, haverá uma mudança dramática", diz ele. "No momento, muito pouca coisa funciona."


  BBC Brasil

 
 

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