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Efeitos de videogames
violentos permanecem no cérebro
Susan Kelly
Adolescentes que jogam videogames violentos demonstram atividade
intensificada em áreas do cérebro relacionadas à geração de emoções e
respostas atenuadas em regiões que governam o autocontrole, constatou um
estudo divulgado na terça-feira.
A pesquisa usou imagens de ressonância magnética para registrar pequenas
mudanças metabólicas na atividade cerebral de 44 adolescentes que foram
convidados a executar uma série de tarefas depois de jogarem videogames
violentos ou videogames não violentos por 30 minutos.
As crianças, que não tinham histórico de problemas de comportamento e
cujas idades variam de 13 a 17 anos, foram divididas em dois grupos, um
dos quais jogou um videogame de combate chamado "Medal of Honor:
Frontline", enquanto o outro jogava "Need for Speed: Underground", de
corrida.
Os que jogaram o videogame violento demonstraram mais ativação na
amígdala cerebelar, que está envolvida na geração de emoções, e menos
ativação das porções pré-frontais do cérebro associadas ao controle,
foco e concentração, se comparados aos adolescentes que jogaram o
videogame não violento.
"Nosso estudo sugere que jogar certo tipo de videogame violento pode ter
efeitos diferenciados de curto prazo sobre as funções cerebrais, se
comparado a jogar videogame excitante, mas não violento", disse o doutor
Vincent Matthews, professor de Radiologia na Escola de Medicina da
Universidade de Indiana e responsável pelo estudo.
Depois de jogarem os videogames, os adolescentes tinham de completar
tarefas que requeriam concentração e processamento de estímulos
emocionais, enquanto sua atividade cerebral era registrada por
ressonância magnética. Alterações nas funções cerebrais refletindo
mudanças no fluxo sangüíneo surgiam na tela como áreas altamente
coloridas.
"O que demonstramos é que existe reação emocional intensificada. A
resposta de agressão ou fuga é ativada, depois de jogar um videogame
violento", disse Matthews.
As conclusões do estudo foram apresentadas em uma reunião da Sociedade
de Radiologia da América do Norte.
A indústria de videogames dos Estados Unidos, que movimenta 13 bilhões
de dólares por ano e rivaliza seu faturamento com as bilheterias de
Hollywood, está no centro de um debate cultural sobre conteúdo violento.
Várias tentativas de parlamentares para proibir a venda de jogos
violentos a crianças foram indeferidas em tribunais da Louisiana,
Illinois, California. Michigan e Minnesota.
Reuters
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