Livro conta história dos primórdios da internet

da Folha Online

O livro
"A Internet", da coleção "Folha Explica", apresenta a internet sob vários aspectos, desde a história do surgimento da World Wide Web, a chegada ao Brasil até uma análise sociológica.

A obra, escrita em 2000, inclui, ainda, um glossário de termos e uma cronologia mundial e brasileira. A autoria é da consultora Maria Ercilia, que foi diretora de produtos do site Brasil Online e escreveu sobre internet na Folha entre 1994 e 2000.

Como definiu Matinas Suzuki Jr. à época do lançamento, o livro é "uma espécie de curiosa 'introdução a posteriori" do que maria escreveu no jornal de papel. É um livro fácil, claro, bem escrito, cumprindo à risca a missão didática da coleção Folha Explica".

Como o nome indica, a série
"Folha Explica" ambiciona explicar os assuntos tratados e fazê-lo em um contexto brasileiro: cada livro oferece ao leitor condições não só para que fique bem informado, mas para que possa refletir sobre o tema, de uma perspectiva atual e consciente das circunstâncias do país.

"A Internet"
Autor: Maria Ercilia
Editora: Publifolha
Páginas: 104
Quanto: R$ 17,90
Onde comprar: nas principais livrarias, pelo telefone 0800-140090 ou pelo
site da Publifolha

Pouco mais de seis anos se passaram desde o início do acesso comercial à Internet no Brasil e já os sintomas de seu crescimento explosivo estão por toda parte. Aos poucos, todos os setores da economia, serviços e comunicação ganham seus equivalentes na rede. Um número cada vez maior de pessoas lê jornais, faz operações bancárias e financeiras, conhece gente e faz compras pela rede mundial. Número de usuários de Internet no no Brasil e no mundo: 23 milhões de brasileiros, ou 19% da população do país (dados da pesquisa Folha Ibrands, agosto de 2001 --o resumo da pesquisa pode ser acessado em http://uol.com.br/folha/datafolha/po/ibrands.shtml). No mundo, estima-se que sejam 513,41 milhões (de acordo com a NUA Internet Surveys, agosto de 2001).

A Internet não traz nada de intrinsecamente novo: praticamente tudo o que podemos fazer através dela podemos fazer de outra forma, sem o auxílio do computador. O que ela modifica é a velocidade e a escala em que as trocas de informação ocorrem. Um e-mail não leva mais do que um piscar de olhos para chegar ao destinatário; qualquer computador ligado à Internet pode ser alcançado em segundos, de qualquer lugar. Pela Internet, podemos mandar uma carta para 1 milhão de pessoas, percorrer cerca de 800 milhões de páginas simultaneamente através de programas de busca e vender livros para um público potencial de mais de cem países, por exemplo.

Outras invenções que revolucionaram os séculos 19 e 20 também tinham essas características de um grande ganho de velocidade e de escala. A Revolução Industrial trouxe a produção em massa; os barcos a vapor (1807), a estrada de ferro (1829) e as viagens aéreas (década de 20) trouxeram a velocidade no transporte; o telégrafo (1837) e o rádio (1895) trouxeram a instantaneidade na comunicação. A Internet se assemelha a meios de comunicação por transmitir informação, mas de certa forma também é um meio de transporte, pois permite a venda de produtos como música, software, jornais e livros, que antes dela tinham de ser transportados e distribuídos fisicamente.

A Internet também é freqüentemente comparada a uma invenção muito anterior, que foi o primeiro passo na serialização da produção de texto. Esse invento trouxe transformações tão profundas ao longo dos anos que, fazendo um paralelo, só podemos imaginar que o impacto da Internet mal começou a se fazer sentir. Foi a invenção da imprensa, por Gutenberg, em 1455.

"Os efeitos da invenção de Gutenberg foram instantâneos e de alcance extraordinário, pois quase imediatamente muitos leitores perceberam suas vantagens: rapidez, uniformidade de textos e preço relativamente barato... De repente, pela primeira vez desde a invenção da escrita, era possível produzir material de leitura em grandes quantidades" (Alberto Manguel, Uma História da Leitura [São Paulo: Companhia das Letras, 1997]). Isso causou transformações sociais e políticas. As edições baratas e com grande número de exemplares (antes da imprensa, o número médio de exemplares era de 250) popularizaram a escrita e a leitura, modificando completamente a cultura da época.

Com a Internet, é possível reproduzir textos com velocidade, uniformidade e economia muito maior. E é possível, ainda, reproduzir música, software, vídeo e imagens com a mesma velocidade, uniformidade e economia.

É razoável, portanto, imaginar que, daqui a 15 ou 20 anos, a rapidez e a queda de custo nas trocas de informação que a Internet possibilita terão surtido efeitos tão (ou mais) radicais em nossa cultura quanto a prensa de Gutenberg teve no século 15. Já estamos presenciando hoje, após pouco tempo, uma grande aceleração na difusão de informação. Nunca tantos livros, jornais, revistas, músicas e informações de todo tipo foram acessíveis tão rapidamente a um número tão grande de pessoas como hoje. Dentro em breve, poderemos dizer que quase todo o conhecimento significativo que se produz no mundo estará ao alcance de qualquer pessoa com acesso à Internet, em qualquer lugar do mundo.

Neste livro, você vai fazer um breve passeio pela história desse fascinante meio de comunicação no Brasil e no mundo. Vamos acompanhar o trajeto dessa invenção de cientistas americanos, que quase acidentalmente se tornou a maior máquina de transmissão e cópia de informação já vista, e que rapidamente vai envolvendo o globo numa intricada teia. Veremos como essa rede entrou no Brasil, pelas mãos de um grupo de acadêmicos e de uma ONG. Finalmente, você vai descobrir como tirar partido de tudo o que a Internet tem a oferecer.

 

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