Indústria do jogo reclama de legislação americana

da Folha Online

A repressão das autoridades americanas aos jogos de azar na internet ameaça deter o desenvolvimento dessa indústria. Os apostadores americanos representam cerca da metade dos aproximadamente US$ 15 bilhões arrecadados em volume de negócios pelos jogos de azar on-line em 2006, segundo a Interactive Gaming Association (Associação do Jogo Interativo dos Estados Unidos).

A votação, no ano passado, de uma lei que proíbe os bancos e as empresas de cartões de crédito de fazer transações on-line para pagar apostas dificulta o desenvolvimento da indústria, de acordo com a organização.

Além disso, as prisões feitas nos últimos meses pelas autoridades americanas esfriaram o interesse dos dirigentes do setor. Warwick Bartlett, da empresa Global Betting and Gaming Consultants, cuja sede é do Reino Unido, considera que o percentual de pessoas que jogam on-line nos Estados Unidos pode cair de 45% em 2006 para 24% em 2007.

Segundo a empresa britânica, os ganhos também diminuirão de US$ 14,9 bilhões em 2006 para US$ 13,8 bilhões.

Segundo o consultor Keith Furlong, da Catania Consulting, a lei americana vai "fazer o setor passar para a clandestinidade".

No fim de abril, o congressista Barney Frank apresentou uma lei para criar uma organização reguladora do jogo on-line. Seu porta-voz, Steven Adamske, disse que a aprovação da norma será difícil.

Nelson Rose, professor de Direito na Whittier Law School e assessor da indústria do jogo, acha que a repressão não acabará com o jogo on-line nos Estados Unidos.

"Eu chamo isto de proibição 2.0", disse em alusão às leis que proibiam o álcool nos Estados Unidos nos anos 1920.

"E não vai funcionar, assim como a proibição 1.0 não conseguiu fazer com que todos parassem de beber", disse.

 

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