Compra de remédios online é arriscada, diz estudo
A falta de regulamentação de farmácias que
funcionam pela Internet está expondo a saúde das pessoas a um risco
de obter remédios falsificados, sugeriu uma pesquisa realizada por
uma empresa americana de consultoria.
Uma análise de mais de 3 mil websites encontrou remédios para
venda sem receita médica e alguns deles tinham grande probabilidade
de ser falsificados ou com prazo de validade expirado.
A organização de consultoria que trabalha na proteção de marcas (brands),
MarkMonitor, também descobriu que a metade dos sites não protege as
informações pessoais dos clientes.
A Sociedade Farmacêutica Real, da Grã-Bretanha, está planejando
implementar um esquema utlizando logomarcas para ajudar os
consumidores a identificarem sites genuinos. Mas especialistas
advertiram contra a compra de remédios pela Internet. A venda de
seis medicamentos populares que exigem receita médica e são para
problemas como obesidade e impotência foi monitorada em junho pela
pesquisa.
Das 3.160 farmácias que vendiam um ou mais desses medicamentos,
só quatro tinham a aprovação de um esquema criado nos Estados
Unidos, conhecido como Verified Internet Pharmacy Practice Site,
embora muitos outros alegassem falsamente participar da iniciativa.
Medicamentos vendidos a preços extremamente baixos sugeriram que
alguns dos produtos provavelmente eram falsificados, tinham o prazo
de validade vencido, eram roubados, tinham o conteúdo diluído ou
continham uma droga diferente da promovida no rótulo.
Dez por cento dos sites faziam propaganda do fato de não precisar
de receita médica para a compra de remédios. Cada um dos sites tinha
uma média de 32 mil visitantes por dia, o que pode ter rendido cerca
de US$ 4 bilhões em vendas dos seis medicamentos enfocados pela
pesquisa.
Charlie Abrahams, da MarkMonitor, disse que a organização não
sabia da dimensão do problema antes de realizar a análise.
Segundo ele, as coisas que ficaram mais evidentes foram que
poucas farmácias tinham algum tipo de credenciamento, metade delas
não tinha segurança e elas estavam vendendo produtos a 20% do preço
de varejo, o que sugere que eram falsificados, afirmou Abrahams.
"Nós descobrimos que alguns sites que diziam ser canadenses eram,
na verdade, administrados da Rússia", disse.