Games levam bandas reais ao estrelato

PARIS - O guitarrista Walter de Castro não acreditou em sua sorte quando soube que a música "The Core", de sua banda, será incluída no "FIFA 2008", videogame de futebol da Electronic Arts.

"É sensacional! É o que muitas pessoas sonham -- uma maneira de atingir um público maior muito rápido", disse Castro, que toca electro pop rock francês na banda Babamars.

"Não somos uma banda tradicional de rock, então teremos uma estrada longa e difícil antes de fazermos nosso nome. E se você está em um videogame, seu nome vai se espalhar rapidamente", afirmou ele. "Será uma bola de neve."

Em um tempo em que a indústria da música sofre com queda de vendas, os videogames se tornam uma maneira sem precedentes para as pessoas descobrirem novas canções e para artistas alcançarem públicos maiores.

"Este pode ser o melhor momento na história da indústria para bandas pouco conhecidas conseguirem chegar ao mainstream via videogames", disse Steve Schnur, o executivo mundial de música da EA, a maior produtora de videogames do mundo, que varre o planeta em busca de novos talentos.

"A verdade é que agora os consumidores passam mais tempo jogando videogames do que ouvindo rádio ou assistindo à TV", disse o executivo.

Por isso, aspirantes ao estrelato, tomem nota: os jogos de esportes da EA são considerados responsáveis por lançar as carreiras de bandas e artistas como Good Charlotte, Avril Lavigne, Franz Ferdinand e Scissor Sisters.

Uma recente pesquisa com jogadores de videogames entre 13 a 32 anos mostra que 55 por cento descobriram novos artistas a partir dos videogames. Mais de um terço informou que baixou uma música da Web porque a ouviu em um jogo e mais de 20 por cento compraram o CD do artista.

"FIFA 2008", que chegou à Europa em setembro e na América do Norte este mês, deve vender entre 6 e 7 milhões de unidades ao redor do mundo, afirmou Schnur. "Dentro de seis meses, qualquer música do jogo terá sido ouvida e identificada quase 1 bilhão de vezes."

Tal exposição é um sonho para bandas como a Babamars, cujo primeiro CD vendeu cerca de 1.000 cópias.

"Pequenas gravadoras não têm mais meios para investir em desenvolvimento e, com as vendas de CDs caindo, é preciso encontrar meios de promoção", disse Jessica Ibgui, diretora do selo francês Warm Music, que trabalhou com a Babamars.

Reuters

 

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