MEC pressiona Positivo em laptop educacional

BRASÍLIA - O Ministério da Educação tenta obter um preço mais baixo para comprar 150 mil laptops da Positivo.

Até o momento, a fabricante Positivo Informática está vencendo a concorrência. Na primeira parte do pregão, a empresa especializada em tecnologia educacional apresentou o menor lance entre os concorrentes, R$ 98.180 milhões.

Esse valor inclui, segundo a empresa, além dos 150 mil computadores, a instalação de infra-estrutura e suporte, como a capacitação de professores. Por esse lance, cada computador, acrescido da necessária prestação de serviços, sairia por cerca de R$ 654, o equivalente a U$ 363 pelo câmbio de hoje.

A expectativa do FNDE, no entanto, é de negociar uma substancial redução de preço. Pelo sistema de mensagens eletrônicas do portal de compras do governo federal, o ComprasNet, a Positivo justificou a dificuldade de reduzir seu lance inicial.

“O projeto é extremamente complexo, em um país de dimensões continentais, com três anos de garantia, instalação em todas as escolas e configuração de servidor. Por outro lado, o processo produtivo básico exige uma série de contrapartidas dos produtores locais. Estamos analisando o que poderemos fazer”, justifica a empresa no ComprasNet.

Além da negociação em torno do preço final, o Ministério da Educação (MEC) ainda vai submeter o protótipo da Positivo, o Classmate PC, a testes. Se o laptop não atender às exigências, a empresa que apresentou o segundo menor lance será convidada a submeter seu aparelho às mesmas provas. As 300 primeiras escolas a receber o laptop integram o projeto interministerial Um Computador por Aluno (UCA), desenvolvido desde 2005.

A oferta da Positivo superou a da Digibras (R$ 98.800 milhões); da Simm do Brasil (R$ 104.595 milhões); da Reifasa (R$ 113.999 milhões); do Itautec (R$ 175.579 milhões); da Telis Eletrônico (R$ 450 milhões); da Autosis Informática (R$ 750 milhões) e da Mais Imagem Locações (R$ 2.250 bilhões).

O modelo de laptop da Positivo foi desenvolvido em parceria com a Intel.

A Simm, terceira colocada no pregão, além de ser uma subsidiária da norte-americana Brightstar Corp., é a representante no país da organização não-governamental One Laptop per Child (OLPC - em português, Um Laptop Por Criança). Ligada ao Massachusetts Institute of Technology (MIT), a ONG se dedica à pesquisa de um notebook de baixo custo, cujo projeto ficou erroneamente conhecido como o “computador de U$ 100”.

O projeto do governo prevê que cada estudante da rede pública tenha acesso gratuito a um computador. A partir de dezembro de 2005, especialistas na utilização de novas tecnologias computacionais no processo didático-pedagógico passaram a se reunir para discutir a implementação do projeto.

Além disso, desde fevereiro deste ano o MEC vem testando em escolas públicas alguns dos modelos de laptops educacionais fornecidos pelos fabricantes interessados em disseminar a nova tecnologia.

Agência Brasil

 

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