BARCELONA - Uma tecnologia para
comunicação sem fio de alta velocidade
que está em desenvolvimento promete
tornar a navegação sem fio pela web 4
vezes mais rápida.
Mas seu impacto sobre o setor de
equipamento para redes não será tão
dramático, de acordo com executivos do
setor.
Diversas grandes operadoras de
telefonia móvel anunciaram que criarão
redes com a tecnologia emergente
conhecida como Long Term Evolution (LTE),
o que reforçou o interesse por esse
sistema e gerou notícias que fizeram
dela um dos destaques do World Mobile
Congress, em Barcelona, na semana
passada.
A China Mobile, maior operadora
mundial de telefonia móvel em número de
clientes, anunciou esta semana que
testaria a LTE. A Alcatel-Lucent e a
NEC, do Japão, assinaram um acordo de
joint-venture sob o qual combinarão seus
esforços de desenvolvimento e
comercialização da nova tecnologia. Até
mesmo a Qualcomm prometeu desenvolver
chips para a LTE, que concorre com sua
tecnologia Ultra Mobile Broadband.
A LTE promete tornar todas tarefas
como uso de vídeo e download de música
mais rápidas em uma rede móvel, mas pode
não propiciar estímulo às vendas do
setor de equipamentos para redes em
curto prazo, porque as primeiras redes a
utilizar a nova tecnologia devem ser
instaladas apenas dentro de dois anos, e
muitas operadoras podem esperar ainda
mais, até que o sistema amadureça.
"Eu não pensaria na LTE como
salvadora", disse Simon Beresford-Wylie,
presidente-executivo da Nokia Siemens, a
joint-venture de equipamentos para redes
da Nokia e Siemens .
"Vamos começar a ver a LTE surgindo
no mercado em 2010, 2011, 2012, mas a
vida do HSPA será longa", disse ele
sobre a tecnologia que a AT&T, maior
operadora de telefonia móvel
norte-americana, ainda está terminando
de instalar em sua rede. A AT&T também
planeja usar a LTE no futuro.
Godfrey Chua, analista de equipamento
para redes no grupo de pesquisa IDC,
disse que mesmo que muitas operadoras
comecem a operar redes LTE em 2010, a
tecnologia serviria apenas para ajudar a
impedir o declínio do setor de
equipamento para redes, em lugar de
promover uma alta de vendas maciça.