Falha em software prejudica Nasa

WASHINGTON - Um defeito no funcionamento de um software impediu que um importante equipamento da sonda espacial registrasse dados enquanto passava por uma coluna de gases, informou a Nasa.

A Nasa descreveu o problema como "um soluço inexplicável de software" que aconteceu em um momento muito ruim, impedindo que o Analisador de Poeira Cósmica da Cassini coletasse dados por cerca de duas horas enquanto passava pela lua Enceladus, na quarta-feira.

Um dos principais objetivos do vôo era determinar a densidade, tamanho, composição e velocidade das partículas arremessadas do pólo sul da lua em direção ao espaço.

Bob Mitchell, gerente de programação da Cassini, informou que o problema impediu que o instrumento coletasse dados quando passou pela coluna de poeira, um processo que dura menos de um minuto.

"Quando passou pela coluna, não estava funcionando corretamente", disse Mitchell em entrevista por telefone em que expressou decepção com o problema. "Testamos o software com muito cuidado. Não sabemos por que não funcionou direito."

A sonda Cassini, que estuda o gigante gasoso Saturno e suas luas em uma missão conjunta bancada pelos Estados Unidos e pela Europa, passou a 50 quilômetros da superfície de Enceladus na quarta-feira.

"Os outros quatro instrumentos de campo e partículas da sonda, além do espectômetro de íons e massa, capturaram todos os dados, que vão complementar os estudos de composição e elucidar o ambiente único de Enceladus", disse a Nasa.

A sonda Cassini, que descobriu os gêiseres em 2005, passou pela lua a 51.500 quilômetros por hora no primeiro de quatro sobrevôos em Encelados marcados para este ano.

Uma das cerca de 60 luas de Saturno, Enceladus é considerado um dos objetos mais intrigantes do Sistema Solar, possuindo gêiseres que brotam de fraturas da superfície do pólo sul e ejetam material 800 quilômetros no espaço, a 1.450 quilômetros por hora.

Enceladus, cujo diâmetro é de 500 quilômetros, é um dos objetos mais brilhantes do Sistema Solar. Presa em gelo, a lua reflete a maior parte da luz do Sol que a atinge.

Alguns cientistas assumem que água quente deve existir sob a superfície para que as colunas de gás sejam ejetadas. E a presença de água pode ampliar as chances da lua abrigar vida, talvez na forma de micróbios.

Enceladus é uma das luas mais próximas de Saturno. As erupções dos gêiseres parecem contínuas, geram um enorme halo de gelo fino ao redor da lua e fornecem material para um dos famosos anéis do planeta.

Reuters

 

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