LOS ANGELES - O caçador de talentos
que rejeitou os Beatles foi
considerado por muito tempo como
responsável pela maior gafe na
história do setor de música.
Mas a mancada bilionária de Dick
Rowe foi superada, na lista da
revista Blender sobre "os 20 maiores
erros das gravadoras em todos os
tempos", pelo fracasso do setor em
aproveitar a internet.
As grandes gravadoras
conquistaram a desonra ao forçar o
serviço de troca de arquivos Napster
a sair do mercado, em 2001, em lugar
de descobrir uma maneira de ganhar
dinheiro com suas dezenas de milhões
de usuários.
Os praticantes de downloads
simplesmente se espalharam por
centenas de outros sites, e setor
está em queda livre desde então.
"A campanha das gravadoras para
impedir que sua música fosse
distribuída gratuitamente via
Internet era o equivalente a tentar
deter um furacão com uma rolha --
mais de um bilhão de arquivos são
trocados por mês em redes de troca
de arquivos", afirmou a Blender em
sua reportagem.
Rowe ficou em segundo lugar por
recusar os Beatles, depois que a
banda, despreparada, realizou uma
audição desastrosa em 1962.
O empresário dos Beatles, Brian
Epstein, mais tarde contaria que o
executivo da Decca Records lhe havia
dito que "grupos com guitarras estão
saindo de moda", comentário que Rowe
sempre negou ter feito. Ele
posteriormente assinaria com os
Rolling Stones.
O fundador da Motown, Berry Gordy,
ficou no terceiro lugar, porque
vendeu a gravadora das Supremes e de
Marvin Gaye, que na época estava
perdendo dinheiro, por cerca de 60
milhões de dólares, em 1988.
No ano seguinte, a A&M Records
seria vendida por cerca de 500
milhões de dólares. E David Geffen
recebeu cerca de 700 milhões de
dólares em 1990 pela Geffen Records.
Gordy, porém, manteve os direitos
autorais sobre o catálogo de sua
gravadora.
A Geffen Records aparece duas
vezes na lista: em 11o lugar, por
processar Neil Young nos anos 1980
alegando que a música que ele vinha
gravando era pouco comercial, e em
12o por investir supostos 13 milhões
de dólares em um álbum do Guns'n'Roses
que ainda não saiu, depois de mais
de uma década de trabalho.
Outros ocupantes da lista da
vergonha incluem a Columbia Records,
em 10o lugar, por ter dispensado
Alicia Keys e 50 Cent antes que
estes fizessem sucesso, e a Warner
Bros. Records, por um contrato de 80
milhões de dólares com o grupo R. E.
M., em 1996, que só lhe trouxe
prejuízo.