LOS ANGELES - Obter pagamento para os
atores de Hollywood por videoclipes de
filmes online está se provando um dos
maiores obstáculos nas negociações de
contrato com os grandes estúdios, que
chegaram a um impasse.
Determinar se os atores precisam
aprovar a execução online, na forma de
videoclipes, de trechos de filmes e
programas de TV em que eles trabalhem, e
que pagamento eles deveriam receber por
isso, foi a principal questão para a
suspensão das negociações, na
terça-feira passada, de acordo com o
Screen Actors Guild, o sindicato dos
atores.
Os estúdios desejam distribuir
gratuitamente videoclipes de filmes e
programas de TV antigos, em formato
adaptado ao YouTube, sem obter
autorização prévia dos atores e pagando
a eles uma taxa fixa, em lugar de
negociar preços com os atores em base de
caso a caso.
O sindicato dos atores se opõe
firmemente a isso.
"O que eles pedem é que abandonemos
50 anos de nossos costumes e práticas",
disse Alan Rosenberg, o presidente do
sindicato, em entrevista recente.
O debate vem sendo o mais recente
exemplo de como a ordem econômica da
mídia tradicional vem sendo perturbada
pela crescente popularidade de sites de
distribuição de vídeo como o YouTube, e
a que ponto os hábitos e o gosto da
audiência estão sendo modificados como
parte do processo.
De acordo com o grupo de pesquisa de
Internet comScore, 134 milhões de
norte-americanos assistem a vídeos na
Web a cada mês, e o YouTube atrai 80
milhões de unique visitors mensais.
A maior parte do material que eles
assistem são vídeos produzidos por
outros usuários e clipes não autorizados
de filmes e programas de TV, alguns
deles combinados na forma de "mash-ups",
como o popular "Brokeback of the Future",
um trailer paródico que satiriza os
filmes "De Volta para o Futuro" e "Brokeback
Mountain", uma história de amor entre
caubóis gays.
Os estúdios e as redes de TV aberta
há muito têm o direito de usar vídeos
para fins promocionais -como nos
trailers de cinema e nos comerciais de
promoção de TV- sem pagar cachês
adicionais aos atores que apareçam
neles.
Mas quando empregam esses vídeos para
entretenimento -por exemplo, ao exibir
trechos de um programa de TV como parte
de outro-, os produtores precisam obter
o consentimento de todos os atores
envolvidos, e negociar a remuneração
deles.