Escamas que
protegem um peixe brigão das mordidas de seus próprios colegas e de
predadores podem abrigar a solução para o desenvolvimento da armadura do
futuro, afirmaram pesquisadores norte-americanos no fim de semana.
O design leve, de várias camadas das escamas tem ajudado o peixe
Polypterus senegalus a sobreviver há 96 milhões de anos, afirma uma
equipe de pesquisadores do Massachusetts Institute of Technology.
Escrevendo à publicação Nature Materials, a equipe do MIT afirma que
descobriu como a armadura de proteção do peixe funciona. Cada escama é
sobreposta para que dissipe a pressão de uma mordida poderosa, afirmaram
os cientistas.
Rachaduras não vão muito longe. O design das escamas força as
fissuras a correrem em círculo ao redor do local do impacto, em vez de
correrem por toda a escama e levando a um fracasso completo da proteção,
segundo os pesquisadores.
"Muitos dos princípios do design que descrevemos —interfaces duráveis
e mecanismos de dissipação de energia, por exemplo— podem ser
transpostos para sistemas de armaduras para humanos, afirma Christine
Ortiz, do MIT, responsável pela pesquisa.
Com recursos do Exército dos Estados Unidos, Ortiz e seus colegas
estudaram cuidadosamente as escamas do P. senegalus, que vive águas
rasas e estuários na África. O animal foi escolhido por sua pesada
armadura.
"Os principais predadores do P. senegalus conhecidos são a própria
espécie ou parentes vertebrados carnívoros, e as mordidas acontecem
durante disputas por território ou alimento", disseram Ortiz e seus
colegas no estudo.
O peixe desenvolveu sua armadura há milhões de anos, quando temíveis
predadores existiam. "Nos tempos antigos, muitos predadores
invertebrados grandes existiam. Por exemplo, o carnívoro euripterídeo
(escorpião do mar) era um artrópode gigante que tinha mandíbulas
poderosas, garras, espinhos e uma cauda com ferrão", escreveu a equipe
de cientistas.
Reuters