Felipe Zmoginski, de INFO Online
SÃO PAULO - Votações eletrônicas
já acontecem em sindicatos e
associações. Para especialista,
é possível usar a web em
eleições do TSE.
Eleger prefeitos,
governadores e presidente pela
internet ainda é uma realidade
distante no Brasil, mas
tecnicamente viável.
Este ano, ao fim das eleições
municipais, o presidente do
Tribunal Superior Eleitoral
(TSE), Carlos Ayres Britto,
afirmou que é possível a Justiça
Eleitoral adotar o sistema em
algum momento do futuro,
liberando as pessoas para votar
a partir de suas casas. Britto,
no entanto, evitou citar uma
data como referência para o
teste de eleições pela web.
De acordo como Eduardo
Favaretto, criador do serviço
votoeletronico.com, realizar
eleições pela web é possível e
já existem tecnologias seguras e
experimentadas em eleições
dentro de empresas privadas ou
em universidades.
“Temos alguns casos, como uma
empresa que usou a eleição
online para eleger uma comissão
para um conselho ou uma empresa
pública que indicou por voto
eletrônico quem ia participar de
determinado grupo de pesquisa”,
diz Favaretto.
Um dos casos citados por
Favoretto é o PMI (Project
Management Institute), instituto
que forma gerentes de projeto e
usou o sistema online para que
seus associados elegessem seu
conselho diretor.
A aplicação para eleições
gerais, no entanto, ainda exige
amadurecimento da tecnologia.
“Um desafio que temos ao
realizar eleições nacionais pela
web é como garantir que todos os
brasileiros tenham acesso a um
computador conectado no dia das
eleições. Além disso, é preciso
garantir a autenticidade do
voto, evitando que uma pessoa
vote em nome de outra”, diz
Favaretto.
Em eleições online, os
eleitores são previamente
cadastrados num banco de dados
seguro e recebem uma senha e
login por e-mail. “Uma forma
possível de garantir a
autenticidade é a adoção de
recursos como o e-CPF no voto
online. Se podemos declarar
impostos pela web, por que não
votar?”, pergunta o empresário.
Segundo Favaretto, as
tecnologias existentes são
seguras contra invasão por
crackers e garantem a
privacidade do voto, evitando
que qualquer recurso de
engenharia reversa possa
desvendar em quem uma pessoa
votou”, conta.
Estônia e Rio de Janeiro
No mundo, a Estônia, pais do
norte da Europa, adotou eleições
eletrônicas para escolher seus
parlamentares há dois anos. Na
ocasião, os eleitores que se
interessaram por votar online
realizaram um cadastro na
Justiça local e receberam login
e senha para votar.
Um obstáculo à votação online
é como garantir a privacidade do
usuário, uma vez que alguém que
decida vender seu voto, por
exemplo, pode votar sob os olhos
do comprador, certificando que
votou em quem os dois
combinaram.
Nas eleições municipais deste
ano, a Justiça do Rio de Janeiro
proibiu os eleitores de entrar
nas cabines de votação com
celular ou câmeras. A idéia foi
impedir que eleitores gravassem
os seus votos em vídeo para,
depois, exibi-los a chefes do
tráfico na cidade, suspeitos de
pedir votos para determinados
candidatos.
Entre as vantagens de
eleições online estão a redução
de custos para Justiça Eleitoral
e a apuração mais veloz dos
votos.