FELIPE MAIA
da Folha Online
O Chrome OS, sistema operacional em desenvolvimento pelo Google, vai ser disponibilizado para download grátis, a partir de 2010 --máquinas, inicialmente netbooks, com o programa instalado também deve chegar ao mercado no ano que vem, segundo a empresa. O Google afirma que o objetivo é ter um sistema mais enxuto, para computadores baratos, com foco no acesso à internet.
Depois do Docs, pacote on-line que concorre com o Office, e o Chrome, navegador rival do Internet Explorer, o Google vai "ciscar" no terreno mais importante da Microsoft, o Windows, sistema operacional presente em cerca de 90% dos computadores no mundo, mas que tem enfrentado problemas de concorrência.
A mais recente versão do programa, o Vista, não emplacou e é apontado como o responsável por afastar muitos usuários --é pesado e exige máquinas mais robustas para funcionar corretamente. O novo modelo, o Windows 7, deve chegar ao mercado em outubro, mais cedo que o esperado, na tentativa de conter esse quadro. A promessa é ter um programa mais simples e leve.
De acordo com o Google, o foco do Chrome OS é justamente esse: ser mais rápido em máquinas mais baratas, usadas por consumidores que não precisam fazer mais do que atividades básicas no PC, como usar a web, digitar textos e baixar fotos. Ainda não está definido, exatamente, qual será a configuração exigida pelo sistema operacional.
Aliança
O modelo de distribuição do programa será similar ao usado pelo Google para a plataforma Android, usada em celulares. A empresa desenvolve o sistema com os fabricantes, que vendem máquinas com o programa embarcado. Não foi revelado que fabricantes vão comercializar o produto.
Diferentemente do Windows, o Chrome OS será baseado no Linux, sistema de código aberto, o que significa que desenvolvedores e fabricantes de computadores poderão fazer alterações no sistema, de acordo com suas estratégias --a expectativa é que esses especialistas tenham acesso à plataforma até o fim do ano. Com o Android, que deve chegar ao Brasil até o fim do ano, isso também ocorre.
Financiamento
O Google afirma não ter a intenção de colocar publicidade no programa, como forma de financiar os custos.
"Estamos basicamente seguindo a mesma estratégia do Android: ter uma plataforma de distribuição gratuita para aumentar a penetração da internet e o tráfego on-line. Não queremos cobrar ou embutir publicidade na navegação", afirma Félix Ximenes, diretor de comunicação do Google no Brasil. Com o aumento no acesso à internet, haveria mais pessoas suscetíveis a clicar nos links patrocinados, que são o carro-chefe da empresa.
Como de praxe, o Google também nega que vá competir com a Microsoft. "Continuamos com o foco no usuário, que é o nosso negócio. Não estamos preocupados com o que a concorrência faz ou deixa de fazer", diz o executivo.
Resta saber se o Google conseguirá concorrer, de fato, com a Microsoft. No setor de browsers, a empresa ainda tem uma participação pequena: O Internet Explorer tem 65,8% do mercado, seguido pelo Firefox, com 22,4%, e Safari (8,5%). O Chrome vem em seguida com 1,7%, segundo dados da consultoria Net Applications.