Pois no Massachusetts Institute of Technology isso já está se tornando realidade – e nas mãos do brasileiro Marcelo Coelho e seu colega Amit Zoran.
“O objetivo da Cornucópia não é imprimir um bife ou uma salada, mas permitir que os usuários inventem alimentos completamente novos”, explica Coelho, um paulista de 29 anos nascido em Campinas que há três anos realiza projetos no MIT.
O nome escolhido é bastante apropriado, pois a cornucópia, um corno repleto de flores e frutas, é o símbolo mitológico da fortuna e abundância, e hoje representa a agricultura e o comércio.
“Com ela, é possível fazer combinações extremamente precisas. Imagine, por exemplo, imprimir uma camada de um milímetro de espessura de massa de pão, em seguida uma igualmente fina de manteiga, e outra de massa, e assim por diante, criando texturas e sabores completamente novos”, diz.
Tudo começa com os compartimentos acima da câmara central, que armazenam e resfriam os ingredientes. Por meio de uma tela transparente sensível ao toque, o usuário escolhe a refeição que deseja ver montada, e pode selecionar especificidades como a quantidade de calorias ou carboidratos que deseja ingerir.
O aparelho também está ligado à internet, o que permite, por exemplo, que médicos controlem a dieta de pacientes durante o tratamento de diversas enfermidades.
“O projeto ainda está sendo desenvolvido, mas já foi testado com sucesso em alimentos sólidos moídos e de consistência pastosa”, explica Coelho. Chocolate, nozes, massas, tomate e queijos estão entre os produtos que passaram com sucesso por protótipos da Cornucópia.
Se tudo der certo, no futuro, a equipe planeja comercializar o aparelho, um cubo de 30 cm de lados que, pelo grande consumo de energia, deverá ser plugado na tomada.
“Pessoalmente, acho que a maior inovação deste projeto é poder criar combinações e formas extremamente únicas, que não poderiam ser feitas de outra forma”, opina Coelho. “Mas nada impede que você misture algo que criou na Cornucópia com uma salada ou bife tradicionais...”.