Jobs inicia o texto falando sobre o bom relacionamento que teve com a Adobe no início das duas companhias. A Apple investiu na Adobe, foram pioneiras na editoração eletrônica, mas, ao crescer, cada empresa seguiu seu caminho. "A Apple quase morreu, e a Adobe seguiu o caminho para o mundo corporativo com o Acrobat", disse. "Hoje as duas empresas ainda trabalham juntas para servir aos clientes criativos - os usuários de Mac compram os produtos Creative Suite, da Adobe -, mas, além disso, existem outros interesses comuns".
E segue citando que a Adobe diz que o Flash é aberto, "mas de fato o oposto é verdadeiro". E explica: "A Adobe caracterizou nossa decisão como voltada aos negócios - eles dizem que queremos proteger a App Store - mas o fato é que a realidade é baseada em temas tecnológicos". Jobs afirma que o Flash é 100% proprietário, disponível apenas pela Adobe.
"A Apple tem diversos produtos proprietários também. Embora o sistema operacional para o iPhone, iPod e iPad seja proprietário, acreditamos que todos os padrões para a web devem ser abertos. Em vez de usar Flash, a Apple adotou HTML5, CSS e JavaScript, todos abertos". "A Apple também cria padrões abertos para a web", disse Jobs.
O executivo-chefe da Apple ainda cita a questão da "web completa" com vídeos online. "O que a Adobe não diz é que quase todo vídeo também está disponível em um formato mais moderno, o H.264, e que pode ser visto em iPhones, iPods e iPads. O YouTube, com cerca de 40% dos vídeos da web, brilha em um aplicativo presente em todos os dispositivos móveis da Apple", escreveu. "Outra crítica da Adobe é que os dispositivos da Apple não rodam jogos em Flash. Isso é verdade. Felizmente, existem 50 mil jogos e títulos de entretenimento na App Store, muitos deles gratuitos".
O CEO da Apple ainda cita questões de segurança, duração da bateria e compatibilidade com telas sensíveis ao toque relativas ao Flash. Jobs conclui a carta com "a razão mais importante": "A Adobe também quer que os desenvolvedores adotem o Flash para criar aplicativos para rodar em nossos aparelhos móveis. Sabemos, de experiências dolorosas, que deixar uma camada adicional de software surgir entre a plataforma e o desenvolvedor resulta em aplicativos abaixo do padrão e engessam o aprimoramento e o progresso da plataforma".
"O Flash foi criado na era do PC, para PCs e mouses. O Flash é um negócio de sucesso para a Adobe, e entendemos por que querem levá-lo para além do PC. Mas a era móvel é sobre dispositivos de baixo consumo de energia, interfaces de toque e padrões abertos para a web, todas as áreas onde o Flash falha. Novos padrões criados na era móvel, como HTML5, vão vencer dispositivos móveis (e PCs também). Talvez a Adobe deva focar em criar ótimas ferramentas de HTML5 para o futuro, e menos em criticar a Apple por deixar o passado para trás", disse ainda Jobs.