A editora deu uma entrevista à Agência Efe em Buenos Aires. Em 1968, Beatriz fundou a Tusquets Editores na Espanha com um capital equivalente a 1,5 mil euros, uma loucura "romântica", segunda ela, que obteve sucesso quando seu "espírito aventureiro" e sua paixão pela literatura foram combinados com a experiência nos negócios de seu companheiro nesta aventura, Antonio López.
A combinação deu certo e "mais de 40 anos depois continuamos aqui", disse Beatriz. Apesar de reconhecer que a crise não foi tão dura para as editoras espanholas em 2009 como era temido, Beatriz prevê um ano difícil em 2010 e teme que a situação econômica leve ao fechamento de muitas das pequenas empresas do setor.
Sua recomendação para os novos editores é precisamente a chave da Tusquets: o equilíbrio, porque "podemos fracassar por excesso de risco econômico ou por excesso de romantismo", afirma Beatriz, que está em Buenos Aires para participar da Feira Internacional do Livro.
A editora diz que a polêmica sobre os e-books contra os livros tradicionais não é, na realidade, mais que um tema de "continentes" e que o mais importante são os conteúdos.
"A tecnologia não me assusta", afirma, embora admita que grandes grupos editoriais já estejam investindo nos aparelhos e que, por questões financeiras, os pequenos e médios estão ficando para trás.
"Acho que não devemos precipitar-nos, porque vivemos do livro em papel e continuaremos vivendo do livro em papel. No futuro, as duas formas podem conviver, haverá gente que prefira papel e haverá quem prefira outro formato", disse.
Mas assegura que "seja qual for o suporte, dentro haverá o conteúdo, e os conteúdos são fornecidos pelos editores. Vão precisar muito de nós".