No Japão existem cerca de 235 mil 'hibakusha' (sobreviventes da bomba atômica em Hiroshima e Nagasaki). Estas pessoas têm uma idade média de 75 anos e muitos carregam doenças devido a radiação recebida quando eram crianças por causa da explosão nuclear.
Grande parte dos sobreviventes dedica seu tempo a tentar manter viva sua mensagem contra as armas nucleares através de palestras e entrevistas. Mas o número de 'Hibakusha' está diminuindo, e com eles vai se extinguindo a história sobre os acontecimentos de 1945.
No dia 6 de agosto em Hiroshima e no dia 9 de agosto em Nagasaki, duas bombas atômicas devastaram as cidades e mataram 140 mil e 74 mil pessoas, respectivamente.
"Vi um clarão de luz intensa púrpura e branca, as janelas explodiram e o telhado desabou. Os gritos e gemidos dos feridos ecoaram em todos os lugares", diz Naoyuki Okuma, um funcionário da Mitsubishi Electric que tinha 19 anos quando a bomba caiu em Nagasaki.
A história de Okuma foi perpetuada no "Arquivo Nagasaki", uma iniciativa digital que oferece, com a ajuda do Google Maps, um mapa em 3D da cidade com fotos de sobreviventes em lugares onde eles foram surpreendidos pelo ataque e os seus testemunhos.
O website Nagasaki Archive - http://bit.ly/bZaF9i - foi lançado há menos de um mês atrás e visa "salvar a trágica experiência do passado e transformá-la em dados digitais acessíveis para as gerações futuras", afirmam os líderes de projeto. O site também permite que qualquer usuário envie mensagens curtas e links através do Twitter (#nagasaki0809), que aparecem como uma nuvem, sobrepostas no mapa.
Sites dedicados aos "Hibakusha" têm se multiplicado nos últimos anos no Japão. Um dos locais que está utilizando a internet para difundir sua mensagem é o Museu Memorial da Paz em Hiroshima, muito perto de onde caiu a primeira bomba atômica. O centro decidiu criar um "museu virtual" para que, de qualquer lugar do mundo, seja possível fazer um tour interativo de suas instalações (http://bit.ly/dqfyVG).
Os responsáveis pelo Museu recolheram, nas últimas décadas, cerca de 130 mil relatos feitos por sobreviventes que podem ser lidos e ouvidos online. As histórias estão disponíveis em chinês, coreano e inglês. O Museu já anunciou a tradução para mais sete idiomas. O objetivo é manter essas memórias vivas para as gerações futuras. Porque como diz o slogan do Museu de Hiroshima: "Se ninguém fala, nada muda"
Agencia EFE