Quanto maior o número de caracteres e mais diversificados eles forem, mais eficaz contra invasões será a senha. A criptografia pode dificultar o acesso aos dados pessoais armazenados em um laptop ou smartphone, mas, segundo o especialista em tecnologia Filipe Utzig, "nenhum sistema é impenetrável, até porque conheço o processo inverso", disse ele, que já teve de quebrar seguranças baseadas no sistema de criptografia. "Uma rede sem fio WEP deve levar entre 15 e 20 minutos, com senha do usuário do Windows mais ou menos 30 minutos", afirmou.
Porém, existe um momento em que a quebra da senha passa a ser inviável, segundo Utzig, dependendo do número e variedade de caracteres. "Uma criptografia de 20 caracteres ou mais pode levar anos para ser quebrada, geralmente as senhas têm entre seis e 10", disse. Por ter este conhecimento da vulnerabilidade dos sistemas, a medida de segurança adotada por ele é impedir o acesso de qualquer pessoa ao seu computador pessoal, usar um bom antivírus e evitar sites de procedência duvidosa.
Mesmo que não seja inviolável, a atenção na escolha dos componentes da senha pode fazer toda a diferença. De acordo com o articulista de tecnologia do Fórum PCs Matheus Gibiluka, a quebra da criptografia é um trabalho de "força bruta" em que a pessoa tenta as diversas combinações possíveis de caracteres, até que descubra a senha. "Quanto maior e mais complexa a senha, mais tempo levará para ser descoberta, pois o conjunto de caracteres possíveis aumenta bastante, o ideal é misturar letras, números e caracteres especiais", explicou. Utilizando acentos, letras e números uma senha com oito caracteres é segura, de acordo com Gibiluka.
Em uma ocasião de roubo do laptop também é importante ter os dados confidenciais a salvo de qualquer invasor. Gibiluka afirmou que qualquer pessoa pode fazer isso e não é necessária a procura de um profissional. Para a criptografia, o usuário fornece uma senha e o acesso aos documentos e dados protegidos somente será permitido com o fornecimento desta senha. "Existem diversos softwares que criptografam os dados, no Windows 7 tem o BitLocker, que faz parte do sistema e no Mac OS X tem o File Vault, que tem a mesma função", disse o articulista.
Porém, caso o computador seja roubado, o usuário impede o acesso aos dados, mas também os perde. A sugestão que Gibiluka oferece é o "DropBox", que funciona como um HD virtual. Ele explica que em vez de armazenar os dados no computador, a pessoa os guarda em uma página, que pode ser acessada via web ou através do software instalado em outra máquina. Já o ladrão não terá acesso, a não ser que possua o login e senha cadastrados no programa. "É importante desabilitar a opção de autologin deste software", avisa. O programa é gratuito para até 2GB de armazenamento. Para 50GB, o custo é de US$ 10 por mês e para 100GB, US$ 20.
Outra dica é não armazenar dados no navegador, como em contas de e-mail. "Isso é cômodo, mas não é seguro", disse Gibiluka, e completou que, desta forma, caso o laptop seja roubado, o ladrão terá acesso a todas as mensagens do usuário.
Evitar o uso de redes WEP também protege os dados compartilhados na rede. Para o articulista, a WPA é mais segura. As medidas de segurança servem também para os smartphones, que, além disso, devem ter uma senha que bloqueie o primeiro acesso.
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