Sendo mais “agressivas” e “masculinas”,
as mulheres são julgadas de forma
negativa pelos seus interlocutores - de
ambos os sexos - e podem colocar
negociações em risco por causa disso.
A culpa, claro, é dos fortes
estereótipos que definem como o sexo
feminino deve agir e estipula o
comportamento amável, suave, cuidadoso e
altruísta a todas elas. Com esse
raciocínio, os pesquisadores sugerem que
as mulheres que desempenham bem os
papéis esperados delas costumam ter mais
facilidade de ter suas reivindicações
atendidas na hora da barganha.
Um dos experimentos serve de exemplo
para a teoria. Nele, um homem e uma
mulher foram orientados a flertar
durante a negociação para verificar o
nível de aceitação da outra parte. Ao
final, os estudiosos perceberam que as
mulheres conseguiram se beneficiar mais
com a artimanha, já que o flerte é
considerado uma atitude mais feminina e,
por isso, é mais aceito quando a ação
parte delas. Mas o flerte nem sempre
traz só benefícios, já que, apesar de
não prejudicar a imagem competente da
mulher, essa atitude pode diminuir a
confiança dos outros sobre ela.
Limites
A força dos estereótipos sobre o
poder de barganha de uma mulher, no
entanto, é limitada. Segundo os autores
da pesquisa, a reação negativa sobre
atitudes pouco femininas é menor em
contextos onde não há forte
caracterização de papéis de gênero, como
em empresas cujos cargos de chefia são
ocupados por mulheres.
Nas companhias onde os recursos são
mais abundantes, os papéis de gênero
também exercem pouca influência sobre a
negociação feminina, pois ninguém está
ameaçado de se prejudicar, caso não
consiga negociar.
Para os autores, situações como essas
devem ser compreendidas por todos, para
que tanto homens quanto mulheres
consigam barrar qualquer tipo de
preconceito ou julgamento sobre as
pessoas que não correspondem a seus
estereótipos de gênero e, assim,
alcançar maior igualdade no mundo dos
negócios.