SÃO PAULO – Dezenas de
jornais e revistas, centenas
de canais de TV, milhares de
sites com milhões de páginas
na web e bilhões de
mensagens em redes sociais
transitando por PCs,
celulares e outros
dispositivos.
Informação
demais? Longe disso, por
mais incrível que pareça.
Segundo artigo publicado
nesta sexta-feira (11/2) no
site da revista Science, o
mundo não está nem perto de
um eventual limite, pelo
menos do ponto de vista
tecnológico, para lidar com
dados digitais.
Os autores do estudo,
Martin Hilbert e Priscila
López, da Universidade do
Sul da Califórnia, nos
Estados Unidos, calcularam a
capacidade mundial para
armazenamento, processamento
e comunicação de informações
a partir da análise de
tecnologias analógicas e
digitais disponíveis de 1986
a 2007.
Os resultados incluem
números grandiosos. Em 2007,
a humanidade era capaz de
lidar com 295 exabytes de
dados (ou 2,95 vezes 10
elevado a 20). Para se ter
uma ideia da dimensão, se
cada estrela no Universo
fosse um único bit de dado,
haveria uma galáxia de
informações para cada pessoa
no mundo.
Parece muito, mas depende
de onde está a comparação,
pois se trata de menos de 1%
da informação armazenada em
todas as moléculas de DNA de
um ser humano.
O estudo observou que
2002 pode ser considerado o
início da era digital, pois
foi o primeiro ano em que a
capacidade de armazenamento
digital de dados superou a
capacidade analógica. Em
2007, quase 94% da
informação produzida pelo
homem estava em formato
digital.
Em 2007, a humanidade
transmitiu 1,9 zetabytes de
dados por meio de
tecnologias de transmissão
de sistemas como televisão e
GPS, o que equivale a 174
jornais por dia para cada
habitante do planeta. No
mesmo ano, a comunicação
bidirecional, como
telefones, foi responsável
pela troca de 65 exabytes de
dados, o equivalente a 6
jornais por pessoa por dia.
Todos os computadores
existentes no mundo em 2007
foram responsáveis pelo
processamento de 6,4 vezes
10 elevado a 18 instruções
por segundo. Para processar
tal ordem de magnitude à mão
seriam precisos 2,2 mil
vezes o período desde o Big
Bang.
Os autores estimaram que,
de 1986 a 2007, a capacidade
de computação mundial
cresceu 58% ao ano, enquanto
as telecomunicações
cresceram 28% e a capacidade
de armazenamento, 23%.
“São números
impressionantes, mas ainda
minúsculos quando comparados
com a ordem de magnitude na
qual a natureza lida com
informações. Entretanto,
enquanto o mundo natural é
fascinante em sua dimensão,
ele permanece relativamente
constante. Por outro lado,
as capacidades tecnológicas
de processamento da
informação no mundo crescem
em valores exponenciais”,
disse Hilbert.
O artigo The World’s
Technological Capacity to
Store, Communicate and
Compute Information(10.1126/science.1200970),
de Martin Hilbert e Priscila
López, pode ser lido por
assinantes da Science em
www.sciencemag.org.