Uma pesquisa feita em 24 países mostrou que a maior parte da opinião pública global não considera que Julian Assange, cofundador do site WikiLeaks, seja um bandido, nem que deva ser processado pelo governo norte-americano por causa da divulgação de milhares de documentos secretos dos Estados Unidos.
De acordo com a pesquisa do instituto Ipsos, 79% das pessoas ficaram sabendo das atividades do WikiLeaks, e dois terços delas acreditam que Assange não deve ser indiciado, enquanto três quartos apoiam a missão do site de divulgar segredos governamentais ou empresariais.
Os entrevistados dos EUA foram os que tiveram a postura mais crítica: 81% estão a par das atividades do WikiLeaks; 69% deles acham que Assange deveria ser processado, e 61% são contra as atividades do site. África do Sul, Alemanha, Argentina e Rússia são os países com menor propensão a apoiar a perseguição judicial dos EUA contra Assange; Estados Unidos, Coreia do Sul, Grã-Bretanha, Índia e Indonésia são onde há mais apoio a um processo.
No fim de 2010, o WikiLeaks enfureceu o governo dos EUA ao divulgar mais de 250 mil comunicações diplomáticas sigilosas do país. No domingo, vários veículos de comunicação divulgaram um novo lote de documentos, revelando avaliações de autoridades norte-americanas a respeito de quase todos os 779 suspeitos de terrorismo que já passaram pela prisão militar de base naval de Guantánamo.
Os militares dos EUA já abriram processo contra um soldado, chamado Bradley Manning, acusado de ter entregado documentos sigilosos ao WikiLeaks. Promotores norte-americanos examinam a possibilidade de também processar Assange.
O australiano, especialista em computadores, está atualmente ameaçado de extradição da Grã-Bretanha para a Suécia, onde é acusado de crimes sexuais.
O Ipsos ouviu 18.829 adultos entre os dias 2 e 14 de março, com margem de erro de 3,1 pontos percentuais. Os países incluídos na pesquisa foram África do Sul, Alemanha, Arábia Saudita, Argentina, Austrália, Bélgica, Brasil, Canadá, China, Coreia do Sul, Espanha, Estados Unidos, França, Grã-Bretanha, Hungria, Índia, Indonésia, Itália, Japão, México, Polônia, Rússia, Suécia e Turquia.
Reuters