Para bin Laden, a única maneira de manter-se a salvo de seus
perseguidores era esconder-se numa caverna, com o mínimo
possível de comunicação com o exterior. Foi o que ele fez. A
"caverna" em questão era uma mansão em Abbottabad, no
Paquistão. Com três andares, a enorme casa era uma fortaleza
projetada para proteger seu morador tristemente ilustre. Era
cercada por muros de até 5,5 metros de altura com arame
farpado no topo, e quase não tinha janelas voltadas para
fora.
Construída em 2005, a fortaleza de bin Laden já
chamava atenção por ser muito maior e mais rica do que as
casa em volta dela. Mas não era só isso. Os oficiais
americanos divulgaram, no domingo, que a casa não tinha
telefone e nem acesso à internet. Não se usava celular nela.
E todo o lixo era queimado, em vez de ser entregue ao
serviço público de coleta. Por que pessoas tão ricas
abririam mão de confortos tecnológicos básicos? Era tudo
muito suspeito, é claro.
Mas os americanos só repararam que a mansão existia
quando resolveram seguir um antigo mensageiro da Al Qaeda,
quatro anos atrás. No ano passado, descobriram que o homem
morava naquela enorme fortaleza com seu irmão e as
respectivas esposas.
Os dois irmãos não tinham nenhuma fonte de renda que
justificasse o fato de morarem numa casa avaliada em 1
milhão de dólares. E as medidas de proteção na mansão eram
tantas que parecia óbvio que alguém muito importante estava
escondido ali. Não era, é claro, um simples mensageiro.
No final, o feitiço havia se voltado contra o feiticeiro.
Foram os próprios cuidados de segurança do terrorista que
atraíram suspeitas. Depois de um ataque aéreo que durou
cerca de 40 minutos no domingo, bin Laden estava morto. E,
assim, Barack Obama estava pronto para ir à TV dar a
notícia.