O consultor em segurança da Security Experts, Alberto Azevedo, afirmou na tarde deste sábado, na palestra "Nós somos piratas! O capitalismo e selvagem", durante o 12º Fórum Internacional de Software Livre (fisl12), que "é impossível parar a pirataria", mas "não porque as pessoas são malvadas". Segundo Azevedo, a pirataria passa por uma série de "questões culturais, políticas, econômicas, sociais".
Ele contestou ainda pesquisas que estimam o quanto a pirataria lesaria governos e indústria em arrecadação de impostos e vendas. "É um engano pensar que cada pessoa que comprou um DVD ilegal iria comprar um DVD legal", afirmou.
Segundo o consultor, que apontou para dados do estudo Media Piracy in Emerging Economies, que reuniu mais de 35 pesquisadores. "A pirataria não tem relação com o crime organizado". Ele também disse que a "repressão" realizada pela indústria fonográfica não funcionou. "A indústria recupera 2% do que gastam em processos judiciais", afirmou.
Azevedo apresentou alguns motivos que estimulariam a pirataria. Um deles é a má distribuição dos produtos, como por exemplo, o lapso de tempo entre a exibição de um seriado nos Estados Unidos e no Brasil. Outro motivo seria o preço. Em sua opinião, o que deve ser avaliado para determinar se um bem é caro não é apenas seu preço na prateleira, mas comparar o poder de compra de tal população com o da outra. Dessa forma, ele afirmou que um "DVD pirata (no Brasil) custa o que custa um original nos Estados Unidos. Não é mentira".
Uma justificativa dada por ele para os preços altos praticados no País foi que "a indústria faz isso porque o preço visa mercados de alto poder aquisitivo. Nivelam por cima e você vai pagar o que quero (a indústria) que você pague, e se você não pagar, você é pirata". Além disso, de acordo com Azevedo, a pirataria foi criada pela própria indústria. "Ou se adaptam, ou a pirataria vai acabar engolindo ela".
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